São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 1997 |
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País importará US$ 9,4 bi em máquinas
FÁTIMA FERNANDES
O consumo total de máquinas e equipamentos no país deve aumentar 9% no ano, de US$ 17,7 bilhões para US$ 19,3 bilhões, puxado pelas empresas mais beneficiadas pelo Plano Real. Em outra época, essa projeção levaria a indústria nacional a esfregar as mãos de contentamento. Mas a estimativa não chega a ser uma boa notícia para o setor porque esse aumento da demanda será atendido em boa parte por fabricantes do exterior. Pelas estimativas da Abimaq, que reúne as indústrias brasileiras de bens de capital, a produção interna deve cair 7,6% -de US$ 14,4 bilhões em 96 para US$ 13,3 bilhões em 97. Para as exportações, a estimativa é de crescimento modesto de 3%. Subiriam de US$ 3,3 bilhões para US$ 3,4 bilhões. Sérgio Magalhães, presidente da Abimaq, diz que essa situação está levando o fabricante brasileiro de máquinas a mudar o "mix" de produtos para sobreviver. Na prática, significa que o fabricante tem de importar peças para melhorar a qualidade dos produtos e reduzir os custos. Além disso, precisa trazer do exterior máquinas prontas -especialmente aquelas cuja produção não se justifica no país porque a escala é pequena. Superar fase "Parte da importação de bens de capital já está sendo feita pelo fabricante brasileiro. O grande já enxergou que esse é o caminho", afirma Magalhães. Hiroyuki Sato, diretor da Abimaq, diz que a estratégia do empresário para superar "essa fase" de euforia nas importações é se tornar fabricante e importador. Desde o início da década de 90, continua ele, vem caindo, por exemplo, o índice de nacionalização das máquinas produzidas no país. Em 90 era da ordem de 80%; hoje está em torno de 55% a 60%. Para Sato, percentual menor do que 55% significaria simplesmente uma "montagem" de máquinas e o término da produção nacional, "o que não seria bom para o país". Na Plast-Equip, fabricante de equipamentos para a indústria de plásticos, a linha de importados já representa 25% do faturamento -estimado em US$ 460 milhões para 1997. Na Sasib, de origem italiana, que fabrica máquinas para a indústria de bebidas, embalagens de alimentos etc., os equipamentos importados participam com 30% da receita, que deve chegar a R$ 40 milhões neste ano. "Deixamos de produzir parte dos equipamentos no país para cortar custos", diz Daniel Ebel, diretor-presidente da Plast-Equip. Ao tomar essa decisão, a empresa reduziu o número de funcionários de 80 para 45 do início do Plano Real até agora. Financiamento A consciência dos empresários brasileiros de que é necessário investir na modernização das fábricas nunca foi tão grande. "A vontade de comprar máquinas é cada vez maior porque disso depende a sobrevivência das fábricas", diz Ebel. Na sua empresa, o Plano Real foi responsável por significativo crescimento das vendas. De 94 para 95, o aumento foi de 13,1% -de US$ 404 milhões para US$ 457 milhões. Em 1996, o faturamento caiu para US$ 434 milhões, mas, segundo Ebel, deve alcançar US$ 460 milhões neste ano. "Estaríamos faturando mais se as pequenas e médias empresas tivessem acesso a financiamentos. Elas não conseguem cumprir as exigências dos bancos." LEIA MAIS sobre máquinas e equipamentos nas págs. 2-8 e 2-9 Próximo Texto: Mais Simples; Com pressa; Bombom gelado; Sem juros; Importando máquinas; Gastando os tubos; Microcâmera; Em campanha; À venda; Na cabeça; Novo curso; Até o dia 30; Inquietação patente; Quem avisa; Preparando o pulo; Ajuda "brazuca"; Anunciante emergente; Operação latina; Laçando clientes; Batendo o martelo; Nas alturas Índice |
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