São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997 |
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Vetor pagou despesa de Nicéa Pitta, diz CPI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL; DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO A CPI dos Precatórios encontrou ontem uma fatura de R$ 2.600 paga pelo Banco Vetor à locadora de automóveis Localiza referente a serviço prestado a Nicéa Pitta.A informação é do relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), senador Roberto Requião (PMDB-PR). Ao que tudo indica, a Nicéa referida no documento é a mulher do prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PPB). A fatura, segundo Requião, é de 26 de março de 1996 e foi encontrada em apuração feita por técnicos da comissão (Hipólito Gadelha, funcionário do Senado, e o ex-delegado da Polícia Federal Paulo Lacerda) no Rio. A assessoria de imprensa de Pitta informou às 22h10 de ontem que somente hoje o prefeito dará suas explicações sobre o caso. Ele, segundo sua assessoria, primeiro quer se inteirar sobre o assunto. Ao anunciar a descoberta do documento, Requião preferiu manter uma postura de cautela. "Pode ser um caso de homonímia (pessoas com nomes iguais)." O Vetor é apontado pelo senador como uma das empresas que lideraram o esquema de suposta fraude na emissão de títulos públicos. A instituição recebeu R$ 55,408 milhões para comandar as emissões de títulos de Santa Catarina e Pernambuco em 1996. Para assessorar essas emissões, o Vetor contratou, por meio da corretora Perfil, em 26 de janeiro de 1996, o ex-coordenador da Dívida Pública da Prefeitura de São Paulo Wagner Baptista Ramos. Também participaram outros três subordinados de Pitta, então secretário das Finanças: Pedro Neiva, Nivaldo Furtado de Almeida e Maria Helena Cella. O documento encontrado pela CPI estava na sede da Fórmula Turismo, empresa que presta serviço ao Vetor e é de propriedade de Ana Nahoum, mulher de Fábio Nahoum, um dos donos do banco. O banco distribuiu nota (leia íntegra abaixo) assinada por Ronaldo Ganon, outro de seus donos, na qual se ele se diz surpreso com a presença do nome de Nicéa Pitta entre as beneficiadas por despesas pagas pelo Vetor. Ganon atribui a Wagner Ramos a responsabilidade pelos gastos com a locação de veículos durante a prestação de serviços ao banco. Ramos, por meio de seu advogado, Márcio Thomaz Bastos, disse que desconhecer a denúncia. A data da locação do veículo é anterior aos contratos firmados pelo Vetor com os governos de Pernambuco e Santa Catarina, junho e julho de 96, para a emissão de títulos para pagar precatórios. Colaboraram a Reportagem Local e o enviado especial ao Rio Texto Anterior: Governadores de PE e SC dizem não temer investigação da CPI Próximo Texto: Leia a nota do Banco Vetor Índice |
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