São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997
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Parque aquático vira solução de Atléticos para dívidas fiscais

Mineiros têm débitos de R$ 5 milhões com a Receita Federal

MARCILIO KIMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Atlético-MG prometeu encaminhar na quinta-feira um plano de pagamento, parcelado em 74 meses, dos cerca de R$ 5 milhões que deve ao órgão.
Por outro lado, o time mineiro investe o mesmo valor em um parque aquático, que deverá ser inaugurado em outubro.
"Optamos por essa fonte alternativa de renda porque ela vai nos retornar R$ 1 milhão por mês. Teremos segurança para pagar", disse o presidente Paulo Cury.
Outro Atlético, o paranaense, vive uma realidade oposta por desfazer justamente de um complexo de diversão aquático.
O clube conseguiu liquidar toda sua dívida com a Receita e regularizar com o INSS por meio dos R$ 6,5 milhões que o Estado pagou pela desapropriação do imóvel.
Os dirigentes, que são todos empresários, deram prioridade para o Fisco porque, com a lei do "colarinho branco", eles seriam processados.
"Se não pagássemos, não iríamos prejudicar o clube, mas nossas empresas", afirmou Mario Celso Petraglia, presidente do time.
Os Estados
A situação vivida por mineiros e paranaenses é bastante diferente. Enquanto os dois times grandes de Minas Gerais estão em situação complicada, os três do Paraná estão em dia.
Segundo Cury, o principal motivo do débito é o envolvimento da emoção na administração.
"Lidar com a paixão nos negócios é muito complicado."
Para Petraglia, o amor ao futebol não deve faltar ao dirigente, mas "a administração racional está acima de tudo".
Outro Estado com a situação regularizada é São Paulo. Corinthians, São Paulo, Bragantino e Lusa não possuem dívidas com a Receita.
Santos e Guarani ainda estão sofrendo processo de fiscalização. Somente o Palmeiras não pagou -e corre o risco de ser multado.
O presidente do clube, Mustafá Contursi, contesta a dívida. "O Palmeiras não deve nada."
Para o Corinthians, a parceria com o GAP (Grupo de Apoio à Presidência) foi a responsável pela equalização das contas.
"Se não fosse ela, a negociação Marques-Edmundo, que foi malfeita, ia estourar a receita", revelou Clodomil Antonio Orsi, vice-presidente de Finanças.
Os três clubes que completam a lista dos que devem muito e não apresentaram soluções para seus casos são os cariocas: Flamengo, Botafogo e Fluminense.
Kleber Leite, presidente do Flamengo, não quis comentar o assunto, delegando a função para o vice Michel Asseff, que, por sua vez, não foi localizado pela Folha.
O Vasco, único carioca que já acertou o parcelamento a dívida, negou sua situação. O vice-presidente Eurico Miranda afirmou que o clube não recebeu nenhum fiscal nem deve nada.

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