São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997
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Desejo no tribunal

DA REDAÇÃO

Duas vezes o desejo é figura central nos filmes de hoje. Primeiro, no musical "Sete Noivas para Sete Irmãos" , de Stanley Donen (TNT, 17h). Depois, em "O Processo do Desejo " (Telecine, 21h).
Em "Sete Noivas", o desejo é sublimado em diversão familiar. Mas essa versão do episódio do Rapto das Sabinas deixa poucas dúvidas sobre sua natureza selvagem (até porque os sete rapazes em busca de mulheres são lenhadores).
Em "O Processo do Desejo", de 1992, estamos em plena e tortuosa modernidade. Marco Bellocchio. A estranha história diz respeito a um casal que vive uma intensa noite de amor.
No dia seguinte, a mulher denuncia o homem por estupro. Ou seja: sobre o que parecia tão evidente, ela ergue um véu de mistério.
E Bellocchio constrói um dos filmes de tribunal mais enigmáticos dos últimos tempos. Ali não será julgado um homem, mas o desejo: seus fluxos e refluxos, tudo que envolve a atração entre um homem e uma mulher e permanece impermeável à compreensão.
É um filme difícil apenas pelo rigor com que toca em algo que diz respeito a todos e, em quase todos, é irresolvido.

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