São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 1997 |
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Verdes combatem a soja transgênica
MARCELO NEGROMONTE
A primeira safra da soja transgênica, colhida no final de 96 nos EUA, começou a chegar aos portos da Europa no princípio deste ano, onde foi recebida com protestos de grupos ambientalistas. A soja da Monsanto, também introduzida este ano na Argentina em plantações experimentais, é resistente ao glifosato, princípio ativo do herbicida Roundup, o que permitiria ao agricultor redução de 50% no uso do pesticida. "O único benefício dessa soja é o fato de ela sobreviver ao glifosato. Mas existe o risco de poluição genética, alergias e crescente dependência de herbicidas. A Monsanto não fez testes suficientes antes de lançar o produto, que será experimentado em larga escala, envolvendo seres humanos e a natureza", argumenta o Greenpeace em um site na Internet especialmente dedicado à campanha contra as plantas transgênicas. A resposta da Monsanto são os testes aprovados pelo FDA (órgão que regula a venda de remédios e alimentos nos EUA), Usda (Departamento da Agricultura dos EUA) e EPA (a agência de proteção ambiental norte-americana). "Todos os testes comprovaram que essa soja é tão segura quanto a convencional", diz Luiz Abramides do Val, gerente de produtos da Monsanto no Brasil. A pressão dos ambientalistas, porém, pode atrapalhar os planos da Monsanto, que investiu R$ 3 bilhões nos últimos dez anos em projetos de biotecnologia. Temendo a rejeição dos consumidores a alimentos que tenham como matéria-prima plantas geneticamente alteradas, algumas agroindústrias européias decidiram não utilizar a nova soja em seus produtos. O governo suíço está estudando medidas para que alimentos produzidos a partir de plantas transgênicas sejam rotulados como tais. Próximo Texto: Greenpeace alerta para risco de 'poluição genética' Índice |
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