São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 1997
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Ronda policial terá de bater ponto nas ruas

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) de São Paulo implantará este ano um projeto de policiamento na cidade para tentar aproximar a PM do cidadão, criando a polícia comunitária.
O programa tem três novidades: divide a cidade em 1.371 subsetores -com previsão de que cada subsetor seja ocupado por um carro de polícia-, cria 200 postos 24 horas de atendimento à população e institui o CIP (Cartão Itinerário de Patrulhamento), que faz o policial "bater ponto" -diz onde e em que hora ele deve patrulhar.
Os policiais passarão a utilizar o Cartão Itinerário de Patrulhamento, que orientará suas rondas. Eles terão horários previstos para se deslocarem de um ponto para outro, dentro de um subsetor.
O projeto visa manter a queda nos índices de criminalidade de São Paulo. Dados da Secretaria da Segurança Pública mostraram que os principais crimes caíram entre 6,2% e 11,1% de janeiro a fevereiro de 1997, na cidade de São Paulo.
Segundo o secretário da Segurança, José Afonso da Silva, esse programa vai procurar manter baixos esses índices de criminalidade e tentar substituir, gradativamente, a Operação Centro que, segundo ele, não é "eterna".
"O objetivo do programa é fazer o policial ficar conhecido na área em que atua -é o princípio da polícia comunitária", disse o comandante do CPM, coronel Elio Proni.
Os subsetores criados pelo programa não terão a mesma área -não vão abranger o mesmo número de ruas. Eles serão mais concentrados nas regiões violentas e mais amplos nas menos violentas.
"Dessa forma, haverá uma maior concentração de carros de polícia nas regiões mais violentas (pelo fato de abrigarem um maior número de subsetores)", afirmou o coronel Proni.
No entanto o objetivo de se colocar um carro de polícia em cada subsetor só deve ser alcançado no final do ano, segundo o CPM. Hoje a cidade conta com 650 carros de polícia, cerca de metade do pretendido pela PM -1.371.
Além disso, o patrulhamento ideal -pelo menos dois policiais em cada carro- não está próximo de ser alcançado. Segundo o coronel Proni, o CPM conta hoje, na cidade, com 15 mil policiais, cerca de 3.000 PMs nas ruas, por turno.
No entanto não seria possível alocar todos esses policiais nos 1.371 carros previstos porque parte deles tem de fazer o patrulhamento a pé, outra está de férias e uma terceira se ocupa do trânsito.
"Teremos de adotar a 'patrulha solitária' (carro dirigido por um PM)", disse Proni. "Precisaríamos ter 30 mil PMs em São Paulo."
Para facilitar o acesso do cidadão à PM, o comando da corporação instalará cerca de 200 cabines 24 horas em seus batalhões.

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