São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 1997
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Aerosmith volta igual após quatro anos

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nenhuma novidade à vista: os tradicionais rocks pesados e baladas se alternam nas 14 faixas de "Nine Lives" (Nove Vidas), o novo álbum do Aerosmith, que foi lançado mundialmente ontem e chega às lojas brasileiras no dia 24.
O disco é o primeiro da banda depois de "Get a Grip" (93), que emplacou os hits "Crazy", "Cryin' " e "Living on the Edge".
O Aerosmith, que fez sucesso nos anos 70, caiu no ostracismo e foi resgatado graças ao sucesso de "Walk This Way" com os rappers do Run DMC e também ao estouro de bandas que os imitavam, como o Guns'n Roses.
Mas é inegável que boa parte do sucesso da banda com o álbum "Get a Grip" pode ser atribuída aos videoclipes, que arrebanharam por muito tempo o topo da parada da MTV.
Foram eles que lançaram duas novas beldades de Hollywood: Alicia Silverstone ("As Patricinhas de Beverly Hills") e Liv Tyler ("Beleza Roubada") -filha do vocalista da banda, Steven Tyler-, mexendo, sem piedade, com a libido dos adolescentes.
Hoje, Alicia virou Batgirl e Liv, depois de trabalhar com Bernardo Bertolucci e Tom Hanks e ter sido capa das principais revistas norte-americanas, se firmou no cinema. Sem as duas, resta esperar o que o Aerosmith vai inventar para os vídeos de "Nine Lives".
Não que a música do novo álbum seja ruim. Tudo o que os fãs da banda veterana esperam está lá: os gritos de Tyler, as guitarras, as músicas que começam lentas e vão ganhando peso.
Um bom momento, por exemplo, é a faixa-título, "Nine Lives". Já a canção escolhida para ser o carro-chefe do disco é a balada "Falling in Love (Is Hard on the Knees)". Ainda no lado mais pesado estão "Crash" e "The Farm".
Atraso
"Nine Lives", que começou a ser feito já no final de 95, deveria ter sido lançado no segundo semestre de 96. O atraso ocorreu porque a banda, depois de tudo já registrado, não teria ficado satisfeita com o resultado final.
No disco, o Aerosmith trabalhou com o produtor Kevin Shirley, que fez o primeiro disco do Silverchair, com o objetivo de "buscar uma leve sonoridade dos anos 90". Mas, apesar dos elogios oficiais ao trabalho de Shirley, a banda teria tido problemas no estúdio.
Segundo boatos pela Internet, o disco teria ficado "comercial demais". Então, eles voltaram para refazer a maior parte das faixas.

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