São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 1997
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Tédio marca "Aquariofobia"

DANIELA ROCHA
DA ENVIADA ESPECIAL

Muita manifestação popular e algum tédio marcam a primeira semana dos cinco atores "presos" em uma estrutura que parece um gigantesco aquário ou uma casa de vidro montada na praça Santos Andrade, no centro de Curitiba.
O projeto "Aquariofobia", evento paralelo do 6º Festival de Curitiba, vai estar "em cartaz" até o último dia do festival, 23, quando o lacre será tirado e os atores, libertados.
Eles têm lá dentro telefone (041/224-5330), fax, computador, TV, aparelho de som, câmera de vídeo, ar condicionado e chuveiro.
"Falei para os atores que, se aguentássemos a primeira meia-hora fechados lá dentro, aguentaríamos até o fim", disse, em entrevista por telefone, Chico Pennafiel, diretor e ator do Caos e Acaso - Grupo de Ordem e Desordem Teatral.
No começo foi assustador, segundo ele, porque até dormindo eles eram observados. "Às quatro e meia da manhã ainda tinha muita gente olhando e não conseguíamos dormir. Mas agora as pessoas estão mais acostumadas porque nos integramos à paisagem."
O carinho popular vem em forma de telefonemas, bilhetes e chocolates que ganham. Mas parte do público é atraída por outros motivos. "As pessoas pensam que somos psicanalistas e mandam bilhetes pedindo conselhos para suas vidas", disse o ator Valdair Rosa.
(DR)

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