São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 1997 |
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Dragão 7 põe Gil Vicente para sambar
CASSIANO ELEK MACHADO
A partir de hoje, a história das duas barcas, que conduzem à glória e ao purgatório, está na sala Gil Vicente, do teatro Ruth Escobar. Para levantar a poeira do texto, de quase cinco séculos, a diretora da peça, Creusa Borges, investiu em adereços carnavalescos, trilha sonora que mistura Led Zeppellin, Gretchen e Vivaldi, atrizes seminuas e anjos sacanas. "O texto estava encoberto pelo tempo", diz a diretora, que protagoniza o demônio na peça. Mesmo com as dificuldades linguísticas que o texto de um autor medieval apresenta, a trama de "Auto da Barca..." tem traços atuais. Gil Vicente pinta um retrato de diversos tipos sociais com críticas a categorias que ele considerava hipócritas, mentirosas, mas que, apesar disso, reivindicavam uma vaga no barco da glória. O Dragão 7, que completa nove anos, tem experiência em Gil Vicente. Empurrados pela frequência com que o autor aparece em listas de vestibular e em livros escolares, o grupo monta, desde seu início, textos do dramaturgo. A torcida para que "Auto da Barca..." entre na lista da Fuvest, assim como no ano passado, é forte. "É tão bom como estar na lista de Schindler", diz Creusa. Peça: Auto da Barca do Inferno Quando: ter e qua, às 20h30; até 18/6 Onde: Ruth Escobar (r. dos Ingleses, 209, tel. 289-2358) Quanto: R$ 24 e R$ 12 (para estudantes); grátis o livro com o texto de Gil Vicente Texto Anterior: Novo Mickey; Alternativa; 'Bom trabalho, pantera'; Em ascensão Índice |
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