São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997
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Subsídios são 'antiecológicos'

DA SUCURSAL DO RIO

Estudo apresentado na Rio+5 informa que os governos de 40 países gastariam anualmente de US$ 700 bilhões a US$ 900 bilhões em subsídios a quatro setores econômicos -a maior parte financiando práticas nocivas ao meio ambiente.
Realizado pelo Instituto Alemão para Pesquisa sobre Gastos Públicos, o estudo afirma que, desse volume de dinheiro, não chegariam a 5% os gastos em ações consideradas benéficas ao ambiente.
Segundo o economista do instituto Andre de Moor, foram analisados os subsídios empregados nos setores agrícola, de água, energia e transporte rodoviário. Nem todos os países tiveram os quatro setores analisados.
Países como o Brasil, Argentina, EUA, Alemanha e Rússia foram pesquisados. Para o secretário-geral da Comissão Brundtland, Jim Macneill, que participou do estudo, o resultado demonstra que os discursos dos governos não correspondem a suas políticas.
"Os ministros podem falar coisas belas. Mas é preciso questionar como é que gastam os recursos governamentais", disse.
Segundo ele, só no Canadá são empregados US$ 6 bilhões para se subsidiar programas que utilizam formas tradicionais de energia, que provocam o efeito estufa (aquecimento da terra).
O mesmo acontece em outros países, segundo a pesquisa. Na agricultura, os subsídios anuais seriam da ordem de US$ 335 bilhões. No setor água, de US$ 50 a US$ 100 bilhões. No energético, US$ 80 bilhões. No setor de transporte rodoviário, algo em torno de US$ 215 bilhões.
Os pesquisadores avaliam que os recursos empregados podem chegar a US$ 900 bilhões. Macneill afirmou que alguns subsídios "sempre serão necessários", principalmente para ajudar setores mais desprotegidos, como os pequenos agricultores.
Para os organizadores da pesquisa, os resultados devem contribuir para que outros grupos que estudam a questão se unam para propor programas internacionais de reforma da política de subsídios.

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