São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997
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São Paulo encara Curitiba

ERIKA SALLUM
FREE-LANCE PARA FOLHA

A efervescência no meio teatral não termina com o fim do Festival de Curitiba, no próximo domingo.
A partir da semana que vem, os holofotes se desviam para São Paulo, com a estréia, no dia 26, da comédia "Assembléia de Mulheres", primeira montagem paulistana do consagrado diretor Moacyr Góes.
O texto, que será encenado no Teatro Popular do Sesi, é do grego Aristófanes e narra as peripécias de um grupo de mulheres atenienses que tomam o poder da cidade.
Entre seus "decretos", transformam em público os bens de todos os cidadãos e instauram o sexo livre -com a condição de que os homens, antes de se deitarem com as jovens, durmam com as feias e velhas.
"O cômico é uma experiência que me interessa muito, que surge como possibilidade de subversão", explicou o diretor à Folha.
Nascido no Rio Grande do Norte, Moacyr Góes tem experiência de sobra com clássicos: já montou de Molière a Ibsen, de Bertolt Brecht a Ghelderode.
Em 95, causou polêmica ao exibir em cena a nudez da atriz Letícia Spiller, em "Abelardo, Heloísa".
Sobre a expectativa de montar um espetáculo na cidade de São Paulo, Góes, 15 anos de carreira e prêmios Shell e Molière no currículo, define: "Não me importa o lugar: eu estou em pânico permanente. Não sei se o que faço vai interessar a alguém".
Os palcos paulistanos ganham reforço a partir de hoje, quando entra em cartaz, no Tom Brasil, "Ventania".
Escrita por Alcides Nogueira e dirigida por Gabriel Villela, a peça é uma homenagem ao dramaturgo José Vicente, autor de "Hoje É Dia de Rock".

LEIA MAIS sobre teatro à pág. 4-4

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