São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997 |
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Maioria acha importado mais barato
DENISE CHRISPIM MARIN
Pesquisa do Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostra que quase metade (47%) dos entrevistados tem essa impressão. Para pouco menos de um quarto (23%), trata-se do contrário: os brasileiros é que seriam mais baratos. E 18% não notam diferença. Com relação à qualidade, os produtos brasileiros seriam iguais ou superior aos importados, na percepção de 28% e 19%, respectivamente, dos entrevistados. A pesquisa foi realizada entre 6 e 10 de março em nove regiões metropolitanas do país. Foram ouvidas 2.000 pessoas, todas maiores de 16 anos. Com base nesses dados, o Departamento Econômico da CNI concluiu que os principais impactos da maior concorrência com os produtos importados são a melhoria da qualidade, da variedade e do preço dos nacionais. No item sobre preços, essa conclusão é endossada por 34% dos entrevistados. Falência e desemprego Dentre os entrevistados, 30% afirmaram que o produto nacional vai melhorar em função dessa concorrência. Outros 25% declararam que essa disputa de mercado aumenta a variedade das mercadorias brasileiras. Entretanto, 27% afirmaram que a concorrência com os importados provoca a falência de empresas brasileiras. Em fevereiro de 1996, quando foi feita a primeira pesquisa dessa série, 21% pensavam dessa forma. Outro impacto negativo da entrada dos produtos importados no mercado local é o desemprego, segundo 32% dos entrevistados. A pesquisa mostra que 60% dos entrevistados temem perder o emprego -dos quais 35% têm "muito medo". Outros 32% afirmaram que não têm nenhum temor e 7% já estavam desempregados. "Podemos considerar que 67% dos brasileiros estão afetados ou têm receio da perda do emprego", afirmou Flávio Castelo Branco, subchefe do Departamento Econômico da CNI. Essa é a maior proporção notada dentre as cinco pesquisas encomendadas pela CNI. A pesquisa também mostrou que 40% dos entrevistados não verificaram aumento do poder de compra de seu salário com o Plano Real. Outros 24% disseram que o poder aquisitivo diminuiu, e 32%, que aumentou. A conclusão da pesquisa aponta que essa percepção de melhora no poder aquisitivo é dominante entre entrevistados que têm, no mínimo, nível secundário e renda superior a dez salários mínimos. Próximo Texto: Batendo martelo; Fôlego francês; Novo convite; Culpa compartilhada; Em fusão; Guerra milionária; Opção fiel; Apostando no eco; Com impulso; Mais poder; Alfinetada sindical; Vaidade masculina; Globalização de Hollywood; Garoto-propaganda Índice |
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