São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997
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Telecomunicação terá R$ 83,5 bi até 2003

ELVIRA LOBATO
EM SÃO PAULO

O Ministério das Comunicações refez seu programa de metas de investimentos em telecomunicações para os próximos anos: a previsão de R$ 75 bilhões de investimentos até o ano 2003, divulgada no primeiro ano do governo, subiu para R$ 83,5 bilhões.
O novo programa mostra que o governo aposta numa explosão das telecomunicações a partir de 1998. Pelas metas revistas, o país chegará ao final de 1999 com 12 milhões de telefones celulares instalados, ou seja, 2,4 milhões a mais do que o governo previa em 95.
Foram ampliadas também as metas de expansão da rede de telefonia fixa. Pela estimativa inicial, o país teria 24,7 milhões instaladas no final de 99. A projeção aumentou para 26 milhões.
Alguns pontos do novo programa de investimentos foram antecipados ontem, em São Paulo, durante a 7ª Telexpo. Os números foram divulgados pelo assessor do ministro Sérgio Motta, Ércio Zilli.
Ao assumir o ministério, em 95, Motta divulgou um plano de metas -batizado de Paste- onde estimava que as companhias telefônicas iriam investir R$ 37,46 bilhões entre 1995 e 99. No novo plano, a previsão sobe para R$ 45,15 bilhões.
Ou seja, o governo está contando que as telefônicas poderão investir R$ 7,69 bilhões a mais do que o inicialmente previsto.
Os números refeitos indicam também que o governo aposta em um crescimento acelerado do mercado de "paging" (sistema de transmissão de mensagens que sucedeu os antigos bips).
O ministério previa que haveria 1,5 milhão de usuários de "paging" em 99. No novo programa de metas, o número sobe para 2,7 milhões.
Na verdade, o governo subestimou o crescimento do mercado de "paging" no Brasil. No ano passado, este mercado cresceu 100% e chegou a 800 mil usuários no final de dezembro.
As empresas que atuam no mercado calculam que o número que havia sido estimado pelo governo para o final de 99 será alcançado ainda neste ano.
Avanço da "banda B"
As novas estimativas para a telefonia celular coincide com os estudos sobre o mercado brasileiro feitos pelo instituto norte-americano de pesquisa Pyramid Research.
Segundo Meredith Persily, analista da Pyramid, o instituto calcula que o Brasil terá 13 milhões de usuários de telefones celulares no ano 2000 e 16,1 milhões no ano 2001.
Na avaliação da Pyramid, as telefônicas privadas que irão se instalar no país, ocupando a "banda B" -as concorrências de venda das concessões já estão em andamento-, terão 40% do mercado de celulares no Brasil no ano 2000.
Telesp
O serviço de telefonia celular da Telesp se transformou na "galinha dos ovos de ouro" da estatal. No ano passado, o serviço celular gerou um lucro operacional de R$ 318,8 milhões, ou seja, um terço do total obtido pela empresa.
Segundo o superintendente da área celular da Telesp, Gilson Rondinelli Filho, a estatal investiu, até agora, US$ 958 milhões em seu serviço celular que, em contrapartida, já produziu R$ 1,7 bilhão de receita em menos de quatro anos de funcionamento.
Só no primeiro trimestre deste ano, o serviço celular da Telesp gerou uma receita estimada de R$ 310 milhões.
A estatal interrompeu as inscrições para o celular em novembro de 94. Rondinelli calcula que existem 3 milhões de clientes potenciais só na região metropolitana de São Paulo.

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