São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997
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Castro Alves e as palavras

EVELINA HOISEL
ESPECIAL PARA A FOLHINHA

Cada artista usa os materiais próprios da sua arte para criar. O pintor usa as tintas, o cineasta usa o filme, o poeta usa as palavras.
O poeta pode usar as palavras como brinquedos, para criar coisas belas, e como armas, para lutar pelas coisas que ele acha certas.
Há 150 anos, em 14 de março de 1847, nasceu na Bahia um dos mais importantes poetas brasileiros: Castro Alves. Ele não usava as palavras para brincar. Castro Alves fazia poemas lindos, mas fortes e impressionantes, porque ele sabia usar as palavras para mostrar o que era injusto e precisava mudar.
Na época em que Castro Alves viveu, ainda havia escravos no Brasil. Ele via e sentia que isso precisava mudar.
Usou as palavras para compor poemas e defender a liberdade de todos e acabar com a escravidão no Brasil.
Castro Alves ficou conhecido como "O Poeta dos Escravos", e seus poemas mais conhecidos sobre a escravidão são "Vozes d'África" e "O Navio Negreiro".
Este é um longo poema em que ele descreve a situação dos negros nos porões do navio, quando eram transportados como carga da África para o Brasil.
Castro Alves usa as palavras para protestar contra o sofrimento dos escravos.
Mas sua poesia não era só sobre esse tema. Como todos os poetas, ele amava os livros, a natureza, a beleza feminina, a liberdade e a justiça.
Outras poesias de Castro Alves falam do poeta como um sonhador, um viajante, um aventureiro. Porque a pátria do poeta é o reino das palavras. Por meio delas, ele realiza suas aventuras.

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