São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997
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Brunch decide ocupar manhã de domingo

CRISTIANA COUTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Uma opção gastronômica que integra café da manhã e almoço está definitivamente integrada ao cardápio do paulistano nas manhãs de domingo. O brunch (palavra inglesa que une "breakfast" e "lunch"), que inicialmente conquistou os hotéis da cidade, invade agora restaurantes, bares e cafeterias e já tem sua clientela cativa.
Mesa farta, esmero na apresentação dos pratos e preços inferiores aos de um almoço à la carte são os atrativos clássicos. Música ao vivo ou champanhe podem fazer da refeição um verdadeiro evento.
A cafeteria Casa do Padeiro, que funciona 24h, é reduto da moçada que vaga à noite pela cidade e começa seu brunch mais cedo, a partir das 10h.
Com uma refeição leve e bem balanceada, a casa mantém itens tradicionais do cardápio americano, como ovos mexidos, presunto defumado e bolos caseiros, e varia ao servir vinho branco e quiches de vários tipos.
"A idéia é oferecer itens diferenciados de um simples café da manhã, expostos numa bela mesa, com o conforto de o cliente não se preocupar com o horário", diz Clara Asbum, sócia da cafeteria.
O italiano Piola já comemora quase dois anos no ramo. De bar agitado durante a semana transforma-se, aos domingos, num reservado com 14 mesas onde se aprecia generoso bufê de frutas e saladas, com música gospel, blues e jazz ao vivo.
O chef consagra especial cuidado aos carboidratos: dos pães italianos e bolos aos apreciados "cookies", "muffins" (minibolo matinal americano) e panquecas, a mesa soma mais de 40 opções.
Fugindo da idéia original, Sérgio Arno comanda um menu ítalo-brasileiro no La Expressa. "Queria fazer um brunch como nos Estados Unidos, onde as pessoas começam a comer cedo, lêem uma revista e continuam o almoço. No Brasil é diferente, temos um público cativo, mas que sai de casa para almoçar."
Baseado na constatação, dividiu o cardápio em pratos quentes e frios, com ênfase em carne e peixe.
Vale até um toque japonês: sushi, camarão com leite de côco e cuscuz competem lado a lado com cabrito e cordeiro, acompanhados de massas que saem da cozinha na hora e assados e entradas feitos no forno à lenha.
Talvez o único indício americano na refeição seja a tradicional champanhe e a televisão da casa, com vídeos e até transmissão de corridas da Fórmula 1. A partir do dia 23, drinques e aperitivos serão servidos no terraço, que contará com aquecimento interno.
Brunch e jazz
Reforçando a idéia do brunch como um grande bufê de almoço estão os hotéis. O Maksoud Plaza, por exemplo, chega a ter 85 pratos diferentes arranjados em 30 metros de mesa. Uma verdadeira aventura gastronômica embalada, à tarde, por muito jazz.
Entre as opções, o que chama atenção é a variedade oferecida pela cozinha libanesa, que está presente da entrada aos pratos quentes. Outros atrativos são o salmão "belle vue", bacalhau à moda Caribe e a famosa paelha.
Já o Brasilton optou por incrementar seu tradicional rodízio de carnes. Das opções de café da manhã, quase nada sobrou.
O leite deu lugar a cervejas, vinhos e licores, bebidas típicas do almoço. Além das carnes passadas na mesa e das massas, o brunch do hotel se destaca pelos frutos do mar: camarões, lula, polvo, salmão marinado e caviar, com acompanhamentos que vão do tutu à mineira à mandioca frita.

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