São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997
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Autor de "Perfeito Idiota" regenera FHC

FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM CURITIBA

DEISE LEOBET
em Curitiba
Com 250 mil exemplares vendidos na Espanha, Estados Unidos e América do Sul, já está nas livrarias brasileiras o "Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano", escrito por Carlos Montaner, Plínio Mendoza e Alvaro Vargas Llosa (filho do escritor peruano Mario Vargas Llosa).
A obra pretende fazer uma análise se dos erros de políticos latino-americanos deste século adeptos às ideologias da esquerda marxista e direita intervencionista.
Defensores do liberalismo econômico, os autores fazem uma série de críticas às posições estatizantes e socializantes, bem como aos seus defensores, postas em prática no continente.
O presidente Fernando Henrique Cardoso é citado por ser um dos autores do livro "Dependência e Desenvolvimento na América Latina", que está na relação das dez obras que, segundo os autores, comoveram os idiotas latino-americano.
"O presidente Fernando Henrique agora é um ex-idiota", disse Montaner, que lançou seu livro anteontem em Curitiba.
Segundo ele, as mudanças ideológicas do presidente brasileiro mostram que tudo o que foi escrito não passou de "um erro juvenil". "Ele não precisa ficar chateado por estar no livro, porque a obra nada mais é do que um registro histórico do que aconteceu na América Latina."
Antes de Curitiba, o livro de Montaner e seus companheiros já foi lançado em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Hoje o escritor estará no Instituto Liberal de São Paulo para o lançamento.
Fidel Castro
Montaner, cubano de nascimento, vive exilado desde 1961. Atualmente, mora na Espanha, depois de ter passado por Estados Unidos e Porto Rico.
Ele afirma que o dirigente cubano Fidel Castro é o primeiro e mais tenaz idiota da América Latina.
"Castro é o único homem deste final de século que ainda não se deu conta de que o fascismo desapareceu e de que o comunismo morreu. É uma espécie de autista ideológico."
Para Montaner, o livro maltrata todos que, depois de um século de experimentação, insistem em cometer os mesmos erros e dizer as mesmas coisas que levaram o continente ao retrocesso. Sobre o motivo para elaborar a obra, o escritor cubano disse que os três autores participavam de um seminário sobre neoliberalismo.
"No começo, a idéia era fazer uma obra satírica, mas depois decidimos optar por um casamento entre a ironia e a argumentação teórica."
O sucesso do livro até agora é atribuído a um mecanismo curioso, segundo o próprio autor.
"Os entusiastas enviam o livro aos seus amigos como um sinal de cumplicidade. Aos inimigos, enviam-no como insulto."
Um dos capítulos é dedicado a criticar a obra "As Veias Abertas da América Latina", do escritor uruguaio Eduardo Galeano. "Essa obra é a verdadeira Bíblia do idiota latino-americano."

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