São Paulo, sábado, 22 de março de 1997
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"Piolim" quer levar picadeiro ao palco

DANIELA ROCHA
DA ENVIADA ESPECIAL

Circo, poesia e futurismo estarão concentrados na montagem de "Piolim" pelos Parlapatões Patifes e Paspalhões, sob direção de Neyde Veneziano.
O circo está no tema: a vida do palhaço Piolim, nascido Abelardo Pinto, que é mostrada por palhaços, os Parlapatões.
A poesia está no texto: na maneira de contar a história, escrita por Perito Monteiro.
E o futurismo está no cenário, todo feito em madeira e ferro, que servirá tanto de picadeiro quanto de céu.
"Esta não é uma reencarnação do Piolim. Também não foi feita com preocupação documental. Fazemos uma homenagem poética a ele, de palhaço para palhaço, já que não deixamos de ser e mostrar no palco nós mesmos, os Parlapatões", disse à Folha o ator Hugo Posolo, que integra os Parlapatões ao lado de Alexandre Roit e Raul Barreto.
Nesta montagem, eles trazem à tona o Piolim esquecido, mas que já foi até símbolo dos modernistas.
Oswald de Andrade escreveu o personagem Abelardo de "O Rei da Vela" em homenagem a Piolim, cujo nome verdadeiro era Abelardo, e queria que ele representasse o papel.
Além disso, ambos chegaram a escrever um texto juntos, intitulado "Professor de Clarinete".
"Abordamos o que o Piolim simbolizou para a cultura brasileira durante a Semana de Arte Moderna", afirmou a diretora Neyde Veneziano.
Para os modernistas, o circo era a melhor forma de comunicação com o povo, daí terem eleito como seu símbolo o palhaço Piolim.
A peça começa com a morte do palhaço, quando ele engasgou com a bala Piolim e, ao mesmo tempo, "levou uma bala" no número que fazia no picadeiro, "Os Reis do Gatilho".
"Existe um delírio dele em flashback até que ele vai para o céu, onde ele monta um circo", disse Veneziano.
A peça terá temporada no Sesc Pompéia, em São Paulo, a partir de 27 de março, dia em que o palhaço Piolim completaria cem anos de nascimento.
(DR)

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