São Paulo, sábado, 22 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Importação de resinas salta após o Real

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O Plano Real pegou de surpresa a indústria de resinas termoplásticas, usadas na produção de embalagens plásticas a brinquedos.
O consumo deu um salto inesperado -34% de 1994 para 1996- e fez a indústria aumentar em 138,8% as importações e reduzir em 36,7% as exportações no período.
O consumo subiu de 1,97 milhão para 2,64 milhões de toneladas. A importação, de 175 mil para 418 mil toneladas.
A exportação seguiu caminho inverso. Caiu de 741 mil para 469 mil toneladas, diz o Siresp (Sindicato das Indústrias de Resinas Sintéticas do Estado de São Paulo).
A importação de resinas plásticas, somada com a de produtos plásticos (já transformados), bateu em US$ 1,69 bilhão no ano passado -5,7% maior do que a de 1995 e 110% maior do que a de 1994, segundo o Siresp.
A previsão do sindicato é de esse número crescerá mais 4% a 5% neste ano, ou seja, a importação desses produtos deve chegar a US$ 1,77 bilhão neste ano.
"O Brasil passou da posição de exportador para importador de resinas termoplásticas", diz Jean Daniel Peter, presidente do Siresp.
Ele conta que os fabricantes não conseguiram acompanhar o aumento da demanda no mercado interno porque, no início dos anos 90, previram um crescimento tímido de consumo para a metade da década.
"A nossa indústria precisa de planejamento de quatro a cinco anos para crescer e de grandes investimentos. Agora, sim, estamos estimulados a aumentar a produção", diz Peter.
Até o ano 2000, começando a contar desde 1996, a indústria de resinas termoplásticas deve investir US$ 1,3 bilhão para aumentar em cerca de 30% a sua capacidade produtiva.
A má notícia é que esse gigantesco investimento não deve gerar grande número de empregos.
Tendências
A importação de resinas termoplásticas deve continuar crescendo ao longo deste ano. A Abiquim, associação que reúne a indústria química, prevê aumento de mais ou menos 7,5% sobre o número do ano passado -para 449,3 mil toneladas.
A estimativa é de um crescimento também dessa ordem no consumo brasileiro -para 2,84 milhões de toneladas- e de estabilização nas vendas externas.
"Os grandes investimentos começam a ser concretizados no final de 1998 e início de 1999", diz Guilherme Duque Estrada, diretor-executivo da Abiquim.
Na sua análise, é provável que a importação mais significativa seja de poliestireno, resina usada, por exemplo, na produção de potes para sorvetes, aparelhos de barbear descartáveis, brinquedos etc.
Ranking mundial
O Brasil ocupa hoje, ao lado do Canadá, a quinta posição entre os maiores produtores e consumidores mundiais de resinas termoplásticas.
Esses dois países participam com 2% cada um do mercado mundial, estimado em aproximadamente 150 milhões de toneladas anuais, segundo a Abiquim.
O primeiro lugar é dos Estados Unidos, que participam com 35%. O segundo, do Japão (12%); o terceiro, da Alemanha (7%); e o quarto, da Itália (4%).

A Brasilplast 97 - Feira Internacional do Plástico termina hoje no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo. Das 10h às 19h. Entrada para convidados e profissionais do setor.

Texto Anterior: Demissões unem metalúrgicos da Ford
Próximo Texto: Feira supera expectativa de empresas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.