São Paulo, sábado, 22 de março de 1997
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Casal lidera Leites Nestlé na Superliga

Equipe joga hoje para ir à final

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O desempenho de um casal que trabalha junto "à força" pode ser decisivo para o sucesso da equipe do Leites Nestlé na atual temporada da Superliga feminina.
O Leites Nestlé enfrenta hoje o J.C. Amaral; se vencer, ratifica sua passagem à final do torneio.
Karin, 25, é atacante titular da equipe e também atleta da seleção brasileira. Seu marido, Sérgio Negrão, 35, é o técnico da equipe.
Mesmo tendo sido vice-campeã mundial juvenil em 1991, com uma equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães, e conquistado o Grand Prix com a seleção adulta, Karin jamais recebeu convite para atuar em nenhuma outra equipe do Brasil.
Ela é a segunda melhor no atacante da Superliga, segundo as estatísticas da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), ficando atrás apenas de sua companheira de clube Tara Cross-Battle.
O casal trabalha junto desde 89, quando Sérgio, então técnico da extinta equipe feminina juvenil da Pirelli, contratou a atacante.
Em 91, ele se transferiu para o Colgate/São Caetano, levando Karin consigo. Os dois se casaram em 92. Depois que recebeu o convite para trabalhar na equipe do Leite Moça, atual Leites Nestlé, em 93, não tardou para que a esposa fosse dispensada do São Caetano.
"Foi uma represália por ter ido embora", diz Sérgio Negrão.
O único período em que não atuaram juntos foi em 94, quando a atacante, por seis meses, defendeu o Toyogo, do Japão.
"Ela nunca teve proposta pelo fato de ser minha mulher. Acho que as pessoas temiam que ela pudesse atuar como espiã."
"Nunca tive problemas com as demais companheiras porque elas sabiam que eu estava lá para jogar", conta Karin.
Separação
Segundo Sérgio Negrão, o sucesso de sua mulher está transformando-o numa figura secundária.
"Ela veio para cá na condição de mulher do técnico. Era a 13ª jogadora do time. Hoje, ela está na seleção, e eu sou o marido da Karin", diz Negrão.
Eles acreditam que a "separação" deve ser inevitável na próxima temporada.
"Com certeza, vão aparecer convites. Somos profissionais. Se a proposta for boa, tem que ser aceita", afirma Karin.
Famílias
Os Negrão não são um caso isolado no vôlei brasileiro.
Na mesma equipe, jogam as irmãs Marcelle e Ana Paula. No Pinheiros, atua a esposa do atacante Kid, do Olympikus: Andréa. O técnico Bernardinho, da seleção brasileira namora Fernanda Venturini, a levantadora do Leites Nestlé.
"O importante é você saber administrar as coisas. Tem que saber dividir o parentesco do profissionalismo", afirma o técnico.

NA TV - Globosat/Sportv, ao vivo, às 15h30

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