São Paulo, sábado, 22 de março de 1997
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Provas de que cigarro vicia são esmagadoras, diz especialista

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O reconhecimento inédito, pelo grupo Ligget (EUA), que produz as marcas Eve e Chesterfield, de que o cigarro vicia e causa câncer, terá implicações mundiais, disseram ontem especialistas.
"As evidências de que o cigarro vicia são absolutamente esmagadoras", disse Martin Jarvis, pesquisador do Imperial Cancer Research Fund, do Reino Unido.
Estudo realizado pelos Centros de Controle de Doenças dos EUA (CDC) revelou que 79,6% dos fumantes habituais -aqueles que fumam todos os dias- não conseguiam parar de fumar. Mais de 61 mil pessoas foram entrevistadas.
"É um tipo de droga estimulante, algo como a anfetamina. Uma das coisas que se acredita seriam responsáveis pelo vício é a rota de administração", disse Jarvis.
"Quando você inala a fumaça, você deixa que a droga atinja o cérebro em sete a dez segundos, mais rápido do que se você a injetasse", afirmou ele.
Alguns experimentos mostraram que a nicotina excita as células cerebrais. Ela parece afetar uma substância cerebral chamada dopamina, a qual permite que as células nervosas se "comuniquem".
No ano passado, pesquisadores do Laboratório Nacional Brookhaven (EUA) descobriam que fumantes têm níveis mais baixos de uma substância (MAO) responsável pela destruição da dopamina do que ex-fumantes ou pessoas que jamais fumaram.
Isso significaria maior disponibilidade de dopamina no cérebro. Drogas como a cocaína e a heroína agem da mesma forma.

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