São Paulo, domingo, 23 de março de 1997
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Ficam para o café da manhã

DA REPORTAGEM LOCAL

A noite foi boa, o sexo também, mas acabou ali. Algumas mulheres não dão conta de homem que ameaça ficar para o café da manhã.
"Se é um namorado, tudo bem, não vou colocar para fora da minha casa", diz a administradora de empresas Lúcia Martins, 38.
"Mas se é só um conhecido que foi parar em casa depois de uma festa, faça-me o favor, né?"
Lúcia diz que o pior não é preparar o café, mas encarar o parceiro no "day after' (dia seguinte).
"Muitas vezes foi só diversão, ou a gente estava meio 'alta', não quer nem lembrar do cara", diz.
Lúcia tem um truque para se livrar do parceiro. "Invento alguma coisa bem diferente, para ele não desconfiar", conta. "Digo, por exemplo, que tenho aula de caratê às seis da manhã."
Bêbado
A produtora Mônica Sulmejan, 30, diz que muitas vezes o companheiro está tão bêbado que "emborca". "Aí fica esquisito."
Mas quando a situação não é assim grave, ela tenta enquadrá-lo. "Pergunto se ele não tem de trabalhar no dia seguinte."
Para Mônica, pior do que o sujeito que fica para o café só o que bate na porta dela de manhãzinha.
"Saí um tempo com um cara que me apareceu meio bebão, de manhã, em casa, com um menino de rua, dizendo para eu fazer café para ele", afirma.
"Imagina o menino com os pés sujos no meu sofá, e aquele louco do lado."
"Eu ainda estava meio dormindo, por isso abri a porta", disse. "Mas acordei rapidinho, de raiva. Fiquei possessa."

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