São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 1997
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Professor analisa mito político

DA REPORTAGEM LOCAL

O conceito de "mito político" é relevante na análise do discurso político e não pode ser substituído por conceitos próximos como ideologia e imaginário político.
Essa foi uma das conclusões da dissertação de doutorado "Em Busca da Harmonia Perdida: Mito e Discurso Político".
A tese foi apresentada pelo professor de ciência política da UnB (Universidade de Brasília) Luis Felipe Miguel, 30, ao IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) da Unicamp.
O ponto de partida foi a análise de três abordagens distintas do mito -de Roland Barthes, Mircea Eliade e Georges Sorel- para esboçar um conceito mais rigoroso de mito político, que, de acordo com o pesquisador, seria "a forma política da rejeição à política".
"Uma rejeição socialmente difusa ao conflito no seio da sociedade (conflito que a política exprime), que o discurso mítico explora ao apresentar a imagem de uma harmonia reencontrada", diz.
Na dissertação, a discussão sobre o mito no discurso político foi baseada no conjunto de programas eleitorais da TV na campanha para a Presidência da República em 94.
O pesquisador concluiu que só o candidato Enéas Carneiro, do Prona, aproximou-se do mito político do "salvador da pátria".
Encontrou a temática da "unidade" na campanha de FHC e a da transparência na campanha de Lula (PT). Para o autor, o mito se opõe à ética política.

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