São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 1997
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Teste de inteligência causa distorções

FERNANDO ROSSETTI
DE NOVA YORK

Enquanto o sistema de educação brasileiro começa a entrar na era dos testes padronizados -como o provão, por exemplo-, nos EUA, a principal questão atualmente é o resultado que a aplicação desse tipo de exame tem a longo prazo.
As pesquisas feitas com os testes, que cobrem períodos de mais de 20 anos, estão mostrando que as provas padronizadas podem gerar desigualdades no atendimento de alunos ou até mesmo privilégios para certos grupos sociais.
O exemplo mais clássico desse tipo de exame, o teste de QI (quociente de inteligência), é atualmente foco de um caloroso debate em Nova York, devido a uma proposta de reforma na sistemática de admissão em classes voltadas para crianças superdotadas.
Em torno de 34 mil dos 744 mil estudantes de 1º grau da cidade estudam em classes especialmente montadas para crianças ditas talentosas. A forma mais disseminada de seleção dos alunos é o teste de QI -que consiste em uma série de questões de raciocínio.
O novo chanceler das escolas de Nova York -similar a um secretário municipal de Educação-, Rudy Crew, está defendendo que as escolas usem sistemas mais diversificados de seleção dos alunos superdotados.
Classificado politicamente como um conservador, Crew diz, com base nas pesquisas, que estudantes pobres ou imigrantes geralmente têm desempenho pior nesses testes do que as crianças de classe média cuja língua materna é o inglês.
"Esses testes nunca foram determinantes do verdadeiro talento."
Mas algumas das melhores escolas resistem à proposta."Não acredito que haja método melhor", diz Polly Smith Breland, diretor da escola primária do Hunter College.

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