São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 1997 |
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Paulo Freire toca o sertão na sua viola
PEDRO CIRNE ALBUQUERQUE
"Eu toco o homem do campo e a transformação pela qual ele está passando com o advento da cidade", diz o músico. No repertório do show, Freire tem as três músicas que considera mais significativas do seu primeiro disco, "Rio Abaixo", e apresenta todas as faixas do seu novo álbum, "São Gonçalo", que deve ser lançado em agosto. "O novo trabalho é uma continuação do meu primeiro, no sentido do desenvolvimento do som da viola, com a diferença de que, antes, eu retratei a natureza e, agora, mostro o homem que nela vive", diz o violista. O primeiro álbum de Freire lhe valeu o prêmio Sharp 96 de revelação instrumental. "O importante desse prêmio é que ele não foi dado a uma música regional, mas a uma instrumental. A viola transcende o regionalismo", diz Freire. "A viola tem um som instrumental, bem trabalhado, muito rico, e que a maioria das pessoas não conhece", complementa ele. O show de Freire mantém o nome do novo disco. São Gonçalo é, segundo reza a lenda no interior do país, o criador da primeira viola e o santo protetor dos violeiros. "No show, há até uma oração para São Gonçalo, que, segundo me ensinaram, deve ser rezada antes de toda apresentação, para evitar problemas, como o instrumento desafinar e o músico esquecer o que estiver tocando", conta Freire. (PCA) Show: Paulo Freire Quando: hoje, às 18h30 Onde: auditório do Sesc Paulista (av. Paulista, 119, tel. 284-2111) Quanto: entrada franca Texto Anterior: "Srta. Else" se arrasta na pesquisa Índice |
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