São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 1997
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Código de barras encontra novos usos

HEINAR MARACY
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O uso do código de barras como ferramenta de automação comercial vem crescendo rapidamente nos últimos anos.
Quem faz essa afirmação é Marcelo Azevedo, diretor da EAN Brasil, associação responsável pelo gerenciamento da numeração de código de barras no país.
Segundo dados da EAN, hoje existem 21,5 mil empresas cadastradas na associação, totalizando mais de 250 mil produtos identificados por código de barras.
"A grande vantagem da utilização do sistema é a agilidade na entrada de dados", diz Azevedo, destacando que o principal objetivo da automação comercial é o controle de estoques e do faturamento das empresas.
"A leitura de código de barras permite grande precisão na coleta de dados, com disponibilização imediata das informações", diz Azevedo.
A mesma coisa não acontece quando os dados são digitados em planilhas eletrônicas.
Segundo a EAN, o setor da indústria que mais utiliza o código de barras em seus produtos é a indústria de alimentos.
Utilização crescente
Nos últimos dois anos, a utilização do sistema tem crescido nos setores de material de construção, farmacêutico, eletroeletrônico e de papel e celulose.
As aplicações da leitura ótica têm se diversificado.
Em Curitiba (PR), por exemplo, a cervejaria Alles Bier utiliza um sistema baseado em cartões com código de barras para permitir o auto-atendimento de seus clientes.
Com o uso do cartão, os clientes podem encher seus canecos com exatos 300 ml de cerveja em torneiras eletromecânicas.
Isso permite ao Alles Bier servir 4 mil litros de cerveja por hora.
Já o hospital Santa Marcelina, de São Paulo, vem utilizando o código de barras em sua farmácia e no almoxarifado, o que permitiu reduzir a zero as horas extras dos funcionários.
Novos usos
O número do código de barras, fornecido no Brasil pela EAN, possui 13 dígitos. Os sete primeiros dígitos do código identificam o país e a empresa.
No caso de publicações, como livros, jornais e revistas, o número utilizado é o do ISBN, obtido com a Biblioteca Nacional, ou o do ISSN, fornecido pelo Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia.
Azevedo, da EAN, acredita que a redução do custo dos equipamentos e a facilidade de operação são os dois principais fatores do aumento da utilização do código de barras.
Segundo ele, depois da utilização em produtos, o próximo campo em que essa tecnologia deve avançar é o de automação de processos de atendimento.
Ele cita como exemplo os hospitais. Em vez das pulseiras atuais, com o nome do paciente escrito à mão, seriam utilizadas pulseiras com código de barras, que dariam acesso ao histórico médico.
"Até o processo eleitoral pode se beneficiar do sistema. Os mesários poderiam simplesmente ler o código no título do eleitor em vez de digitá-lo", afirma Azevedo.

Onde saber mais - EAN Brasil, tel. (011) 259-3444

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