São Paulo, terça-feira, 25 de março de 1997 |
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Senadores recolhem documentos em SP
DA REPORTAGEM LOCAL Os senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e Eduardo Suplicy (PT-SP) foram na manhã de ontem à distribuidora Split, na Consolação (região central de São Paulo), onde recolheram documentos para a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Precatórios.Tuma afirmou que entre o material colhido há um documento que "comprova a ligação entre a Split e o Banco Dimensão". Segundo Tuma essas duas empresas "são gêmeas e trabalham em conjunto". A Split, do empresário Enrico Piccioto, é investigada como suspeita de utilizar diversas empresas "laranjas" -que cediam suas contas correntes para serem utilizadas- em operações irregulares no mercado financeiro. O Banco Dimensão foi utilizado para depósitos do "laranja" Ibraim Borges Filho, dono da IBF Factoring, autor do depoimento que gerou as primeiras investigações da CPI dos Precatórios. O documento será avaliado pela CPI, mas já é, segundo Tuma, "uma prova de que o grupo atuava junto em vários níveis, com laranjas ou mesmo abertamente no mercado financeiro". Os senadores colheram também o nome de uma empresa que ainda não havia sido citada nas investigações, a Empresa Paulista de Cobrança. Segundo Tuma, essa empresa é suspeita de manter relações com a Split e será investigada. Suplicy recolheu documentos manuscritos com nomes e números de contas correntes em bancos no exterior. Disse que a CPI pretende investigar quem seriam os donos das contas. Suplicy também disse que apresentará à CPI documentos da empresa Maringá Turismo sobre o pagamento da despesa de viagem do prefeito Celso Pitta no final do ano passado, logo após a eleição da qual saiu vitorioso. Suplicy quer saber quem pagou a despesa da viagem. Só com passagens aéreas, Pitta gastou, segundo os documentos, R$ 11.085. A Polícia Federal marcou, para o final da tarde de ontem, um novo interrogatório com o ex-gerente do Beron (Banco do Estado de Rondônia) João Maury Harger Filho, acusado de encobrir operações irregulares com "laranjas". Tuma disse que, se pudesse, "metia em cana" o ex-gerente do Beron e que Harger não quer colaborar com as investigações da CPI. "Parece que ele tem bloqueio mental", disse Tuma. Tuma disse ainda que poderá pedir a prisão preventiva de Harger, se não houver colaboração. Apesar disso, o senador disse que Harger "está começando a entregar" empresas como a Split, Perfil e Negocial, atribuindo a elas a responsabilidade pelas irregularidades. Texto Anterior: Para ACM, CPI não deve ser prorrogada Próximo Texto: Conflito, ação Índice |
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