São Paulo, terça-feira, 25 de março de 1997 |
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Bamerindus comprou US$ 30 mi em leilão "viciado" de papéis
MILTON GAMEZ
A instituição paranaense sabia, na época, que as taxas de juros dos papéis eram discrepantes -as diferenças de deságio chegaram a 76%, a favor de pequenas corretoras-, mas não desconfiava de que poderia haver fraudes nesses leilões. "Não sabíamos quem eram as corretoras que compravam os papéis da prefeitura paulistana com as maiores taxas, pois a prefeitura não divulgava o nome dos participantes nem o volume de títulos vendidos para cada instituição", disse Vicente Teixeira da Silva, diretor financeiro do Bamerindus. A suspeita de fraude, em apuração pela CPI dos Precatórios, foi levantada na semana passada por Ageo Silva, vice-presidente do maior banco privado do país, o Bradesco. Segundo Silva, os leilões de títulos da prefeitura paulistana durante a gestão Maluf -quando o secretário de Finanças era o atual prefeito Celso Pitta- tinham "vício na origem". Teixeira da Silva disse que é difícil afirmar que esses leilões eram "viciados" (tinham compradores definidos previamente). "Nunca desconfiamos das fraudes, isso nunca passou pela nossa cabeça", afirmou o executivo. O Bamerindus, segundo dados da própria prefeitura, comprou papéis com deságios bastante inferiores aos dos concorrentes. No dia 31 de maio de 93, o banco adquiriu títulos com prazo de um ano, com deságio de 2,9%. No mesmo leilão, o Gulfinvest comprou papéis com deságio de 4,53% -uma diferença de 56%. Nesse leilão, a prefeitura captou US$ 54,4 milhões (US$ 12,3 milhões do Bamerindus e US$ 15,6 milhões do Gulfinvest). Texto Anterior: Dono do Vetor diz que CPI protege bancos Próximo Texto: Fundos de pensão ficaram com títulos Índice |
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