São Paulo, terça-feira, 25 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Clima favorece safra e melhora qualidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Clima favorece safra e melhora a qualidade
Chuvas ao longo dos três primeiros meses deste ano garantiram uma produção de feijão (carioquinha e preto) de boa qualidade. Com isso, os preços permanecem estáveis mesmo com a entrada da safra no Paraná, maior Estado produtor do país.
O feijão é plantado praticamente durante todo o ano no país. Rende três safras. A principal delas, a safra de verão, acontece principalmente no Centro-Sul, onde a produtividade média chega a 800 kg/ha.
O preço pago ao produtor, em média, é de R$ 25 (feijão preto) a saca no RS. Em SC, a saca do carioquinha varia entre R$ 26 e R$ 30. As informações são de Eduardo Ernesto Felippi, analista da empresa Safras & Mercado.
Em algumas regiões do Paraná, o preço pode variar entre R$ 26 e R$ 32 por saca (feijão preto). A saca do carioca varia entre R$ 27 e R$ 35, segundo Margoreth de Marchi, pesquisadora do Deral (Departamento de Economia Rural do Paraná).
O custo de produção dos dois tipos varia, dependendo do tipo de semente e fertilizante, entre outros. Oscila entre R$ 18 e R$ 20 por unidade (módulo agrícola).
Segundo Felippi, a saca de 60 kg está sendo vendida entre R$ 35 e R$ 48 (carioquinha), em média, no atacado nas regiões Sul e Sudeste. O feijão preto está entre R$ 40 e R$ 46.
Consumidor paga mais
"O feijão está ficando caro para o consumidor final. O feijão preto está quase R$ 1/kg", diz Feliciano Ferreira de Araújo.
Araújo é gerente da rede de supermercados Rei do Rio, do Rio de Janeiro, que vende mais de 6.000 quilos de feijão por mês.
"O preço continua subindo. Bom para o produtor ou para os empacotadores", diz Araújo.
O feijão preto, com produção menor, por exemplo, subiu mesmo com a entrada da safra paranaense, segundo a pesquisadora do Deral.
No mês passado, o produtor do Paraná recebia, em média, R$ 24 pela saca de 60 kg. Na primeira quinzena deste mês, o produtor estava recebendo, em média, R$ 28, de acordo com Margoreth.
Ela acredita que o preço dos dois tipos de feijão devem sofrer uma pequena queda no mês que vem e em maio próximo, por causa da entrada da produção gaúcha.
"A oferta está menor. É essa primeira safra, a de verão, que ira definir os preços do produto no decorrer do ano", avalia a pesquisadora do Deral.
Margoreth afirma que o produtor está mais informado, ligado às cooperativas, o que estaria refletindo na regulamentação de oferta de feijão no mercado brasileiro.

Texto Anterior: MG colhe 1 milhão de t
Próximo Texto: Rei do feijão colhe 300 mil sacas em 3 safras
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.