São Paulo, terça-feira, 25 de março de 1997
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Scandurra faz hoje show do novo disco

DA REDAÇÃO

Edgard Scandurra apresenta hoje à noite no clube Florestta o show de lançamento de seu segundo disco solo, "Benzina". Guitarrista do grupo Ira!, Scandurra, 35, é um dos artistas que -a exemplo de nomes internacionais como U2 e David Bowie- mostra a influência do tecno em um trabalho predominantemente de rock.
As marcas aparecem sobretudo nas faixas "Tantas Nuvens" e "Gera". A primeira, que abre o disco, traz a batida sincopada do drum & bass amarrando versos quase etéreos.
A segunda, feita com Arnaldo Antunes, é um tecno-rock concretista que repete as palavras "gera, degenera, já era, regenera, gera", bem aos moldes da produção do ex-Titã.
A faixa ganhou ainda versões do DJ Mau Mau, residente do Hell's Club, do DJ Renato Lopes e do produtor do disco, Mitar Subotíc (Suba). Os remixes vão sair em vinil ainda este mês, possibilitando, portanto, que sejam tocadas por outros DJs nos clubes.
As outras faixas do disco, menos explícitas, ganham de toda forma um cunho moderno e contemporâneo.
"A Chuva que Cai" tem mais guitarras; "Um Olho na Ponta de Cada Dedo" é um rock moderno também com Arnaldo Antunes, enquanto "Vapores Marroquinos", mais lenta, conta um sonho de mil e uma noites com tonalidades de trip hop.
O disco "Benzina" sai pelo selo carioca Rockets, de Dado Villa-Lobos, do Legião Urbana, que é distribuído pela Virgin.
Começou a ser produzido em 95, mas teve sua grande virada depois que Scandurra começou a frequentar o Hell's, do qual possui também a disputada carteirinha de sócio, no começo de 96.
"Deu uma modificada mesmo no meu som. Os sons que eu ouvi no Hell's, com o Mau Mau, me levaram para o além. Pirei."
Scandurra conta que, antes, iria para um caminho de um som mais new age no disco. "Depois, fui para esse lado mais pulsante do tecno, usando elementos como psicodelia, timbres diferentes, efeitos e experimentalismos; mais viajante, no sentido de usar menos letras, já com o uso do computador para criar sequências etc."
Corajoso, diz que "'teve que desaprender muita coisa". Por exemplo, a não precisar demonstrar ser um virtuose de solos alucinantes, "o que seria de se esperar no disco solo de um guitarrista, de querer provar o tempo todo que sou um puta guitarrista. Minha tendência daqui para a frente é essa".
Como aquecimento, Scandurra tocou no fim-de-semana abrindo três shows do Barão Vermelho no Palace, para 5.000 pessoas por dia. "Acho que passou."

Show: Edgard Scandurra
Onde: Florestta (r. Funchal, 500, tels. 820-9235 e 822-8891, Vila Olímpia)
Quando: hoje, a partir das 23h
Quanto: R$ 15 e R$ 10 (com convite)

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