São Paulo, terça-feira, 25 de março de 1997
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Candeia; Maria Odette; Orlando Morais; Marta Santos e Rubinho de Avilla; Susanna Hoffs; Dina Carr

PEDRO ALEXANDRE SANCHES

Candeia
A Copacabana dá prosseguimento ao projeto de recuperação da obra do sambista da Portela Candeia (1935-78), com "Samba da Antiga". O produto tem masterização deficiente e omite informações de datas. Mas é imprescindível. Aqui se vê, entre históricos vocais de pastoras da Portela, provas e provas da sabedoria de Elizeth Cardoso, Paulinho da Viola, Clara Nunes e -nos 90- Marisa Monte, todos fãs incondicionais de Candeia.
(PAS)

Maria Odette
Maria Odette, cantora de festivais que ajudou a lançar Caetano Veloso nos 60, volta com "Um Dia" (CDP), após 15 anos de afastamento. O retorno faz Caetano regravar -em dueto com a cantora- duas de suas primeiras composições, "Boa Palavra" e "Um Dia". O resto inclui de Adoniran Barbosa a Adriana Calcanhoto. Impostada, Odette soa como uma Maysa (de que ela refaz "Meu Mundo Caiu") que estivesse perdida no tempo.
(PAS)

Orlando Morais
Quase o tempo todo, Orlando Morais, que lança "Agora" (Som Livre), é uma versão masculina de Leila Pinheiro, derramando a alma pelos poros enquanto canta. Fora o doído exagero que isso implica, há compensações: Elza Soares solta o vozeirão em "Futebol", Caetano, Bethânia e Geoffrey Oryema dão canjas, Orlando canta (mal) sua melhor e mais triste composição, "A Rota do Indivíduo", que Djavan havia lançado em 92.
(PAS)

Marta Santos e Rubinho de Avilla
A dupla paulista Marta Santos e Rubinho de Ávilla estréia com CD homônimo independente (tel. 019/ 433-6641), que puxa a MPB ora à Bahia, ora ao Brasil rural. Faixas como "Maria Molambo" carregam nas tintas afrobaianas, no que até os vocais dos cantores ajudam. O resultado é viciado por elementos vulgarizantes -a intro de "Era Negro", por exemplo, parece a de "Ilariê", de Xuxa.
(PAS)

Susanna Hoffs
Egressa do imaginário pop feminino dos 80, quando integrava a banda de luluzinhas Bangles, Susanna Hoffs está muito mansa neste CD solo homônimo (PolyGram). Passada a febre new wave dos 80, resta-lhe parecer versão mais rodada de Alanis Morissette -figura daquelas que jamais deveriam ser clonadas. A curiosidade é uma versão de "To Sir with Love", meiguinha, mas que faz sair correndo em busca da velha leitura de Al Green.
(PAS)

Dina Carrol
"Only Human" (PolyGram) é o segundo álbum da cantora -e agora compositora- Dina Carroll. Ela escapa da enxurrada de lançamentos do vergão black/balada principalmente por um atributo: a voz poderosa, que faz pensar na nata do conglomerado Stax/Motown, de Aretha Franklin, Gladys Knight e Diana Ross. A produção -que inclui parcerias dance com o DJ David Morales- às vezes é over, kitsch, mas a voz da moça promete.
(PAS)

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