São Paulo, terça-feira, 25 de março de 1997
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Vôo 402; Imposto sindical; Nassif; O caos da Justiça; Revanche

Vôo 402
"Com referência à reportagem 'Vítimas do vôo 402 vão à Justiça' (23/3): após um questionamento meu publicado neste painel do porquê do silêncio em torno do assunto, fui procurada por um advogado de Campinas.
Esse senhor defende a idéia de que devemos processar diretamente a empresa fabricante da tal peça defeituosa que poderia ser a causadora daquele terrível acidente.
Ele trouxe algumas pessoas ao Brasil para tentar convencer-nos da sua idéia. Como eu considero absurda a sua proposta, não perdi meu tempo para ir aos encontros.
Sei que ele está tentando assediar todas as famílias e esse 'tal grupo de 12 famílias de vítimas' não existe.
Ele fala com as mesmas por telefone e até o presente momento não conseguiu sequer procuração de alguém.
Soube que estou nessa absurda lista. Tenho o meu advogado e concordamos que a partir do momento em que o meu marido (vítima) comprou um serviço da TAM ela é a única responsável por tudo.
Por favor, as famílias estão passando por momentos tão difíceis. Que apareçam pessoas que possam realmente nos ajudar e não confundir mais."
Solange Carvalho da Silva Godoy (São Paulo, SP)

Imposto sindical
"Tomamos conhecimento de reportagem publicada em 18/3 noticiando que o juiz da 3ª Vara Cível de Santo André concedeu medida liminar ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC suspendendo o desconto da parcela de 60% do imposto sindical dos trabalhadores metalúrgicos da região.
O Sindicato dos Eletricitários de Campinas-CUT foi a primeira entidade sindical do país a obter na Justiça a suspensão integral do desconto do imposto sindical.
Desde o ano de 1992 o sindicato obteve liminares na Justiça isentando todos os trabalhadores de sua base territorial do recolhimento da contribuição sindical compulsória."
Artur Henrique da Silva Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Campinas (Campinas, SP)

Nassif
"Neste momento, em que Luís Nassif vem sendo atacado por membros da CPI dos Precatórios, gostaria de dizer que os senadores que o atacam não tem condição moral para fazê-lo.
A população sabe que esses senadores são movidos por motivos torpes e lamentavelmente pessoais. Ademais, abusam da sua imunidade parlamentar.
Luís Nassif faz parte de um (infelizmente) restrito grupo de jornalistas que são competentes, construtivos e corajosos.
Ademais, ele tem uma qualidade por demais rara na profissão: quando erra, reconhece.
É bom que a Folha e seus leitores saibam que o trabalho de Luís Nassif é apoiado por uma maioria (ou, talvez, minoria) que não tem o rabo preso com ninguém."
Jerzy M. Kornbluh (São Paulo, SP)
*
"Luís Nassif está conseguindo fazer bom jornalismo onde outros estão fazendo um absurdo linchamento moral.
Não temos anjos nessa história, mas também não temos provas e, sem provas, não há culpados.
Suas colunas dos últimos dias deveriam fazer parte do currículo básico das faculdades de jornalismo."
Waldemar Cezar (Camboriú, SC)

O caos da Justiça
"O artigo 'Por que Judiciário é poder mais antipático' (11/3) está fenomenal. Marilene Felinto conseguiu em poucas palavras representar o perfil do judiciário brasileiro.
Tenho sido bastante seletivo em relação ao que ouço e leio nos dias atuais. De fato, a Justiça é um caos neste país.
Por ora, enquanto a justiça não chega, a única alternativa é permanecer com a idealidade da justiça na República platônica."
Jucemar Geraldo Jorge (Florianópolis, SC)
*
"A jornalista Marilene Felinto, em artigo de 11/3, afirma parecer piada os juízes se mobilizarem para protestar contra seus baixos vencimentos.
Pode parecer piada, mas não é. Nossos vencimentos estão congelados há 26 meses e são realmente baixos pelo que se exige do juiz e pelo que se paga na atividade jurídica no setor público e privado.
Temos dois caminhos para debater essa questão: às escondidas, nos gabinetes do Congresso e do Executivo, ou em público, de forma transparente.
Quanto à crítica ao funcionamento do Poder Judiciário, não nos parece que a menção a decisões judiciais específicas seja a melhor forma de examinar o problema, uma vez que o acerto ou erro de uma sentença envolve análise bem mais profunda que a simples afirmação de que a Justiça está do lado dos ricos e poderosos.
De todo modo, importa ressaltar que o argumento básico da articulista é verdadeiro: o Judiciário tem uma estrutura atrasada e confusa, o acesso a ele é difícil e a imagem do Judiciário é de absoluto distanciamento da realidade.
Nós, juízes, temos culpa por ter se formado essa imagem, já que nunca incentivamos o debate público dos problemas do Judiciário. Estamos tentando fazê-lo agora, não para ficarmos simpáticos, mas para encontrar alternativas para uma Justiça que cumpra adequadamente sua função."
Pedro Carlos Sampaio Garcia, juiz do Trabalho, presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 2ª Região (São Paulo, SP)

Revanche
"Os 'civilizados' paulistanos praticamente elegeram Collor ao lhe darem aqueles 4 milhões de votos de diferença sobre Lula.
Depois, elegeram Pitta.
Ou é masoquismo ou ignorância. De qualquer forma, rarará!"
Eduardo Luís Brizotti (Tietê, SP)
*
"Acho vergonhosa e ingênua a atitude do sr. Celso Pitta com relação aos precatórios de São Paulo.
Ora diz desconhecer, ora se diz decepcionado com funcionários de cargos de confiança.
Como pode Pitta desconhecer títulos que movimentaram cerca de R$ 947,48 milhões entre 1995 e 1996, quando o próprio era secretário das Finanças de São Paulo?"
Pedro Almeida Castanheira (Belo Horizonte, MG)

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