São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 1997
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Covas e Maluf podem ter sigilo telefônico quebrado

CPI quer analisar ligações de governadores e ex-prefeitos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Precatórios deverá votar na próxima quarta-feira a quebra de sigilo telefônico de gabinetes ocupados por governadores e ex-prefeitos. A medida poderá atingir o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB).
A proposta será apresentada à comissão pelo senador Vilson Kleinubing (PFL-SC), membro da CPI, e já foi discutida com o relator da comissão, senador Roberto Requião (PMDB-PR).
Caso aprovada, será quebrado o sigilo de todos os governadores e ex-prefeitos que emitiram títulos para pagar precatórios (dívidas judiciais) em 95 e 96, período investigado pela CPI.
Entre eles, estão o governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), de Alagoas, Divaldo Suruagy (PMDB), e de Santa Catarina, Paulo Afonso (PMDB).
Pouco tempo
Os senadores resolveram defender a antecipação da quebra de sigilo devido ao curto espaço de tempo que a CPI tem para encerrar os trabalhos.
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), defende que os trabalhos da comissão sejam prorrogados uma única única vez, por no máximo 45 dias. O prazo original para a comissão concluir sua apuração termina em 22 de abril.
Se a CPI deixar a quebra de sigilo para depois, os dados poderão não chegar a tempo de serem analisados pela comissão.
O sigilo telefônico do Dedip (departamento do Banco Central que cuida da dívida pública), por exemplo, foi o primeiro a ser quebrado, mas até agora as informações não chegaram aos senadores.
Depoimentos
Inicialmente, Requião pretendia deixar para o final dos trabalhos a quebra do sigilo de governadores e ex-prefeitos. A idéia era que, primeiro, eles fossem ouvidos pela comissão.
Como, de acordo com a legislação, os governadores não podem ser convocados, o relator pretende fazer um relatório parcial com os principais indícios.
Os governadores receberiam essas informações e poderiam se defender antes da redação do relatório final.
Na quarta-feira, a CPI vai votar a quebra de sigilo telefônico, fiscal e bancário de secretários e ex-secretários -incluindo o atual prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PPB).

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