São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 1997
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CPI detecta lógica dos telefonemas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Precatórios detectou uma sequência de telefonemas que se repete várias vezes nas ligações entre o Banco Vetor e outros envolvidos no esquema de negociação dos títulos públicos.
"Determinada ligação era feita para uma pessoa, a seguir para outra, e novamente para a primeira", disse a senadora Emília Fernandes (PTB-RS), integrante da CPI.
Segundo Emília, o padrão detectado sugere a existência de "alguém acima do Vetor". "O encadeamento evidencia que há uma hierarquia nas conversações."
O rastreamento feito ontem contabilizou cerca de 200 telefonemas do Vetor para o celular de Wagner Baptista Ramos, ex-coordenador da Dívida Pública de São Paulo.
Uma delas, feita em maio de 1996 pelo empresário Ronaldo Ganon, um dos sócios do banco, durou duas horas e 34 minutos.
Relação estreita
Ganon também fez um longo telefonema para o celular de Pedro Neiva, ex-assessor de Ramos, que trabalhou na Prefeitura de São Paulo por indicação do então secretário das Finanças, Celso Pitta.
O telefonema, de janeiro de 1996, durou nada menos do que quatro horas e 45 minutos.
A CPI também registrou dezenas de telefonemas de Ganon e do Vetor para a Coordenadoria da Dívida Pública da Prefeitura de São Paulo, onde Ramos trabalhava. Um deles durou cerca de 100 minutos, segundo Emília.
A senadora destacou que havia uma "relação muito estreita" entre Ramos e Ganon. "Encontramos diversas ligações feitas à noite, da casa de Ganon para a casa de Wagner", afirmou.

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