São Paulo, sábado, 29 de março de 1997
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DJs estrangeiros vêm tocar na cidade

CAMILO ROCHA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A popularização do tecno em São Paulo está se refletindo em um aumento do número de DJs estrangeiros de prestígio vindo tocar na cidade. Depois de Julian Liberator no começo do ano, será a vez de Stuart McMillan, Jeff Mills e Tony Sapiano.
Stuart McMillan, do grupo escocês Slam, toca este fim-de-semana em São Paulo. Formado por McMillan e Orde Meikle, o Slam tem vários discos bastante executados nas pistas tecno como "Stepback" e faixas do seu álbum "Headstates". Também são responsáveis por um dos clássicos absolutos do tecno, a música "Positive Education".
Em entrevista à Folha, McMillan descreve seu som como tecno na linha Detroit, pesado, mas com balanço. "Não faço um som linear, mas algo que muda ao longo da seleção."
Sobre o Slam, McMillan diz que ele e Meikle planejam trazer o som do grupo para apresentações ao vivo. "Estamos trabalhando muito nisso. Vamos fazer a estréia ao vivo do Slam no festival T In The Park, que acontece em julho na Escócia. Também estaremos coordenando a tenda dance do festival e queremos chamar DJs como Laurent Garnier, Carl Cox, Stacey Pullen e bandas como Daft Punk."
Este ano o Slam também começará a gravar seu segundo disco que deve ser lançado em 98. "Será mais coeso e bem amarrado que o primeiro, mais funky. O primeiro foi gravado ao longo de dois anos, por isso tem maior diversidade de estilos", explica McMillan.
O Slam grava pelo selo independente Soma, que é um dos pilares de uma ativa cena tecno/house em Glasgow, maior cidade da Escócia. "Glasgow tem uma atmosfera que é difícil igualar. É uma cena muito saudável, com quatro ou cinco clubes semanais e DJs de fora se apresentando regularmente."
Mas nem tudo é perfeito. "A polícia impõe um horário limite de uma hora da manhã para se entrar nos clubes," conta o DJ. "Glasgow tem fama de ser uma cidade violenta. E como a polícia não tem dinheiro para patrulhar a cidade toda, eles não querem pessoas nas ruas após esse horário."
Na próxima semana chega o inglês Tony Sapiano. Responsável por dois grandes hits das pistas tecno de São Paulo, "Game Show" e "Let It Rip", Sapiano lançou faixas em selos de qualidade como Prolekult, Sabrettes e, ultimamente, Emissions Áudio Output.
Ele toca na inauguração de uma nova casa no Tatuapé, Phase II, no dia 11 de abril, ao lado dos DJs Mau Mau e Julião. Depois, se apresenta nos clubes Loca e Nation e numa rave em Osasco no dia 19.
O DJ Julião, que organizou a vinda de Sapiano, diz que "quer estabelecer pontes com DJs de fora. Eles ficam muito entusiasmados com a idéia de vir ao Brasil."
Julião está em negociações para trazer ainda este ano o alemão C. Rock e os americanos Gigi Galaxy e Drecxiya. Esses dois são de Detroit, onde o tecno se originou.
Também de Detroit, Jeff Mills está praticamente confirmado para tocar aqui em agosto. Ex-membro do grupo Underground Resistance, Mills é digno de uma adoração quase religiosa no tecno.
O francês Laurent Garnier deve voltar ao Brasil mais para o final do ano. Suas apresentações em São Paulo em 95 foram estrondosas. A gravadora Paradoxx também quer trazer os americanos Armand Van Helden e DJ Sneak.

DJ: Stuart McMillan
Onde: Sound Factory Penha (r. Pe. Benedito de Camargo, 351); Sound Factory Pinheiros (r. Cardeal Arcoverde, 3.030); Hell's Club (r. Estados Unidos, 1.572).
Quando: hoje, Sound Factory Penha; amanhã, Hell's Club (madrugada) e Sound Factory Pinheiros (noite).

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