São Paulo, domingo, 30 de março de 1997
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Dona de restaurante afro começou vendendo colares

DA REPORTAGEM LOCAL

A história de Maria Augusta da Silva Antonio, 52, é um exemplo de persistência.
A hoje sócia do restaurante Gamelas, especializado em comida afro-brasileira, já chegou a dormir nas praças da Sé e da República (região central) quando se mudou do interior para São Paulo.
Maria Augusta conta que a primeira tentativa de sucesso com seus pratos foi a abertura do Gamelas na av. Sumaré (zona oeste de São Paulo) em dezembro de 95.
"Fiquei menos de um ano no local. Saí porque não conseguia pagar o aluguel de R$ 2.500 por mês."
Após três meses, e com três sócios, ela reabriu o restaurante em Pinheiros, também na zona oeste.
Sociedade
Segundo Maria Augusta, a sócia Erotildes Maria Monteiro investiu R$ 5.000 no negócio e os outros sócios, Genésio de Arruda e Inês Nicácio, R$ 2.500 cada.
A casa comporta cerca de 50 clientes no salão e mais 20 na calçada. "Ainda não tenho idéia do faturamento. Tudo que faturamos está sendo investido."
Aos sábados, dia de maior movimento, a grande procura é pelo olubajé -uma espécie de feijoada feita com frutos do mar.
A empresária agradece aos deuses porque a casa anda lotada, mas não esquece os dias difíceis.
Ela diz que se mudou de Leme (190 km a noroeste de São Paulo) para a capital em 90. Vendia colares com motivos "afro". "Como era difícil vender e voltar para Leme, dormia nos bancos das praças", lembra.
Com o tempo, Maria Augusta fez amigos, aumentou as vendas, comprou uma barraca e passou a organizar feiras. Até que um dia, resolveu colocar seus pratos no mercado.

Onde encontrar - Gamelas: (011) 852-4878.

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