São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997 |
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Budapeste contabiliza quase 40 museus
ARTHUR NESTROVSKI
O prédio "novo" do Museu Nacional, o maior de todos, foi inaugurado em 1847 e abriga coleções relacionadas a história e cultura húngaras: arqueologia, Idade Média, retratos, numismática, história moderna. A Galeria Nacional, no castelo, em Buda, tem um acervo esplêndido de pintores húngaros do século 19, incluindo salas especiais para os grandes retratos e cenas realistas de Mihály Munkácsy e as paisagens (entre Courbet e Manet) de László Paál. O Museu Etnográfico, do outro lado do Parlamento -um museu em si, o cartão-postal da cidade, que se pode visitar em certos horários-, tem uma exposição permanente de artefatos pré-históricos, além de salas dedicadas a várias culturas do globo e às tradicionais da Hungria. O interior do prédio rivaliza com a Ópera, um legado extraordinário da arquitetura européia do fim-de-século. Amantes da música Falando em ópera, os amantes da música têm a chance de conhecer a Casa Bartók (concertos de setembro a dezembro), o Museu Kodály e o Memorial Franz Liszt. Os literatos podem ir ao Museu Petõfi, em homenagem ao grande poeta húngaro romântico e outros nomes mais recentes da rica literatura da Hungria. As artes plásticas estão especialmente bem servidas, com museus de arte húngara, arte popular e arte oriental, além das grandes coleções do Museu de Belas Artes e da Galeria Nacional, mais o Museu Ludwig, de arte contemporânea, o Museu Vasarely e (menos interessante) o acervo do escultor contemporâneo Imre Varga. Há ainda o Museu Judaico, junto à maior sinagoga da Europa, a tumba otomana de Gül Baba, o Museu de História Natural, o de Geologia, o de Farmacologia. Antiguidades romanas podem ser vistas no Aquincum. A rigor, só é preciso sair à rua para entrar num museu vivo de arte, arquitetura e história, mas seria um desperdício não aproveitar a estada para visitar coleções especializadas. Se você só tiver chance de ir a um museu, vá ao Museu de Belas Artes (Szépmüvészeti Múzeum), na entrada do Városliget (Parque da Cidade), quase no fim da linha amarela do metrô -o mais antigo do continente, aliás, de 1894. Acervo raro Fundado originalmente em 1815 por um dos príncipes Esterházy, o museu está entre os principais da Europa. Alojado num prédio magnífico, da virada do século, abriga a segunda maior coleção de arte espanhola fora da Espanha (a primeira está no Hermitage russo); um respeitável acervo italiano, do trecentismo ao barroco; salas inteiras dedicadas a Breughel, Van Dyck e outros flamengos; alemães como Dürer e Cranach, além de outros mestres, menos conhecidos, do século passado; uma coleção surpreendente de franceses, com maçãs de Cézanne, interiores de Bonnard, um lindo Gauguin pré-Polinésia, Manet, Monet, Rodin, Doré, Pissarro; e, para os que ainda tiverem pernas, galerias de arte egípcia, grega e romana. Uma das felicidades da vida é caminhar sem pressa por um grande museu, numa grande cidade estrangeira. Só isso -esse tempo raro, com a imaginação acesa- já vale a viagem. Vá ao museu à tarde e aproveite, quem sabe, para esticar o programa no Gundel, o melhor restaurante da cidade, em acomodações espetaculares, dentro do parque. Infelizmente, é também o mais caro, mas ainda sai pelo preço de um almoço em São Paulo. Texto Anterior: Sinagoga é a maior da Europa Próximo Texto: Banho termal ainda hoje é uma tradição Índice |
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