São Paulo, terça-feira, 1 de abril de 1997
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Sem-teto e MST farão marcha no centro

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e da CMP (Central de Movimentos Populares) se reúnem hoje, em São Paulo, às 9h, para discutir vários apoio mútuo entre as entidades.
Segundo Raimundo Bonfim, secretário de comunicação da executiva nacional da CMP, um dos principais pontos da pauta de hoje é a realização de uma marcha conjunta pela reforma urbana, no centro de São Paulo.
A marcha deve ser definida na reunião. Segundo Bonfim, a idéia dos dois movimentos é realizar passeatas, partindo de pontos onde ocorrem ocupação na cidade.
As passeatas se encontrariam num único ponto, que será definido na reunião. Segundo Bonfim, dois locais estão sendo cogitados para o encontro das passeatas -a Prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal da Habitação.
Também estará em discussão a participação da CMP, dia 17, em Brasília, quando chega à capital federal a Marcha Nacional pela Reforma Agrária, Emprego e Justiça, promovida pelo MST.
Em troca, a CMP pedirá a participação do MST na Caravana dos Movimentos Populares, dias 9 e 10 de junho, em Brasília.
A caravana vai exigir políticas públicas, principalmente para a questão da reforma urbana, mas também serão pedidas providências para questões pendentes nas áreas de saúde, educação e questão da mulher, que são também cavalos-de-batalha das entidades arregimentadas pela CMP.
A caravana da CMP pretende reunir 10 mil pessoas em Brasília. Segundo Bonfim, 55 ônibus do Estado de São Paulo partirão.
Na reunião de hoje também estarão presentes líderes das cidades de Campinas, Sorocaba e do ABCD.
Novas ocupações Na reunião também serão discutidas estratégias gerais para novas ocupações de imóveis públicos em São Paulo.
O Fórum dos Cortiços, organização que articulou a invasão do casarão que foi de Santos Dumont, na alameda Cleveland, em Campos Elísios, estará presente à reunião.
Verônica Kroll, coordenadora do Fórum dos Cortiços, diz que o fórum e a União de Movimentos por Moradia já levantaram dez imóveis públicos passíveis de ocupação, em Campos Elísios e Barra Funda (leia texto ao lado).
Ela diz que pretende passar para esses prédios 30 famílias de sem-teto que estão para ser despejadas de um casarão da rua Tomás de Lima, no centro, e outras 150, que devem ser expulsas de um imóvel na Barra Funda.
Ontem, os sem-teto de Campo Limpo, que foram despejados de áreas em Embu (Grande São Paulo), acamparam de manhã em frente à sede da Secretaria do Estado da Habitação, na avenida Faria Lima, zona sul.
Em assembléia realizada à noite, o grupo, que quer uma solução do governo do Estado para a questão, decidiu programar nova manifestação para o dia 14, em frente ao Palácio dos Bandeirantes.

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