São Paulo, terça-feira, 1 de abril de 1997
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Seleção dá última chance a Juninho

ALEXANDRE GIMENEZ
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A partida que a seleção brasileira de futebol vai fazer amanhã, contra o Chile, em Brasília, tem para o meia Juninho, do Middlesbrough (Inglaterra), a importância de uma final de Copa do Mundo.
Segundo o treinador da seleção, Mário Jorge Lobo Zagallo, o jogo será fundamental para definir se Juninho será aproveitado no Torneio da França e na Copa América, em julho deste ano.
As duas competições são as de maior importância que a equipe irá participar neste ano. Em 98, o Brasil disputa a Copa da França.
Zagallo afirmou que Juninho briga com Giovanni, do Barcelona (Espanha), e Djalminha, do Palmeiras, por duas vagas no grupo.
Giovanni e Djalminha não foram convocados para a partida contra o Chile, mas são presenças certas para o próximo jogo da seleção, em maio, contra o México.
O meia do Palmeiras, inclusive, deve começar essa partida como titular da equipe.
"Só tenho dois lugares. Portanto, alguém terá que sair. Sei que serei criticado por qualquer escolha que fizer, mas essa é a função do técnico", disse.
Zagallo afirmou que a performance do time de Juninho no Campeonato Inglês não será um fator importante na sua escolha.
O Middlesbrough ocupa apenas a 17ª colocação e está ameaçado de rebaixamento. Em compensação, está na final da Copa da Inglaterra.
"Temos que separar as duas coisas. Tenho que analisar o lado técnico, a parte individual, do jogador. Para mim, é mais importante o desempenho na seleção do que em seu clube", completou Zagallo.
Zagallo deixou claro que Giovanni saiu na frente na luta pelas duas vagas. Segundo o treinador, seu desempenho na vitória de 4 a 2 sobre a Polônia, em fevereiro, em Goiânia, foi convincente.
"Muitas pessoas me criticaram por não tê-lo convocado. Mas eu pensei na frente, no segundo semestre, já que existe um limite de amistosos em que um jogador pode ser liberado."
Motivação
Juninho afirmou ontem não estar intimidado com a concorrência. "É melhor ter vários jogadores disputando a mesma posição que nenhum. Isso dá mais motivação para você brigar por uma vaga", disse.
Segundo o jogador, a pressão pela briga por um lugar na seleção não vai alterar a sua maneira de se comportar dentro de campo.
"Tenho que jogar apenas o que sei. Não adianta querer inventar. Não estou preocupado em mostrar nada além do normal. Não acredito que esta seja a minha última chance na seleção."
Juninho acha que Giovanni e Djalminha têm mais vantagens sobre si por causa da pouca divulgação dos jogos do Campeonato Inglês no Brasil.
"O Djalminha joga aqui. E passam mais jogos do Campeonato Espanhol nas TVs daqui que jogos brasileiros", disse.

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