São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997
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REPERCUSSÃO

Luiz Felipe Lampreia, ministro das Relações Exteriores - "A imagem do Brasil não deve ser afetada pelos atos de violência praticados por policiais da PM de Diadema. Não tenho dúvida de que o governo brasileiro saberá investigar e punir práticas que violem os direitos humanos."

James Cavallaro, coordenador do Human Rights Watch/Americas - "As cenas eram de uma violência indescritível, mas sabemos que são corriqueiras. A grande diferença é que elas foram filmadas. A polícia de São Paulo tem lutado para conter a violência. Houve menos gente morta no ano passado que nos anos anteriores, mas as cenas mostraram que é difícil reverter esse quadro policial, marcado pela truculência e pela impunidade."

Rubem César Fernandes, coordenador do Movimento Viva Rio - "As cenas mostraram que as instâncias internas de controle da polícia não são suficientes. É preciso criar relações mais estreitas entre a Polícia Militar e os moradores, para que as pessoas possam denunciar os erros cometidos pelos policiais, sem que essa denúncia signifique praticamente um suicídio. A grande agenda de hoje é criar vínculos permanentes entre as comunidades e a polícia."

Roberval Conte Lopes, deputado estadual (PPB) - "As imagens mostram um absurdo. Além de espancamentos, a gente vê o roubo e o assassinato a sangue-frio. O pior de tudo é que o governador não mexe no secretário, no comando geral da PM, nem no comando de policiamento metropolitano. Na caserna, diz-se que a tropa é um reflexo do chefe. Os bons policiais estão afastados e os bandoleiros estão na rua."

Erasmo Dias, deputado estadual (PPB) - "Não há adjetivos que retratem exatamente o que foi aquele espetáculo a que a nação inteira assistiu. Nem bandido nem o crime organizado têm dado demonstrações de tanta paranóia, de tanto narcisismo. Policial bandido é pior que bandido. Lamento não haver pena de morte para colocá-los na cadeira elétrica."

Aldaíza Sposati, vereadora em São Paulo pelo PT - "Como já era previsto, a história parece se repetir como uma tragédia. Passados exatos 33 anos daquele dia 31 de março de 1964, quando os militares mergulharam o país numa brutal ditadura, as imagens da ação da Polícia Militar, que foram exibidas pela televisão em rede nacional, denunciam que a prática de tortura e de extermínio continuam presentes em nosso país. A história e a vida pública do governador Mário Covas e do secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, José Afonso da Silva, exigem não só a apuração do acontecido e transmitido pela televisão, como também a investigação e reformulação de toda a Polícia Militar."

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