São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997
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Desemprego é a principal causa

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisa realizada pela Associação Comercial de São Paulo durante o mês de março apontou o desemprego como a principal causa do atraso nos pagamentos dos carnês.
Entre os 7.136 questionários respondidos em São Paulo pelos consumidores inadimplentes, 31,63% afirmam que foram obrigados a parar de pagar suas prestações pois ficaram desempregados.
Entre as outras causas apontadas pelos consumidores estão o desemprego de algum membro da família (12,72%) e a queda na renda (15,54%) -principalmente no caso dos vendedores autônomos.
Segundo Marcel Solimeo, as respostas conjuntas -pessoas que apontaram mais de uma causa para a falta de pagamento- também colocam o desemprego e a queda na renda como as principais causas da inadimplência.
"Podemos dizer que cerca de 60% dos entrevistados estão dentro dessa classificação", afirma o economista.
"Se somarmos o desemprego de outro membro da família, chega-se ao índice de 44,35%, um pouco superior aos 42,84% registrados na pesquisa anterior", afirmou Elvio Aliprandi, presidente da associação.
As doenças em família também foram apontadas pelos consumidores como causa da falta de pagamento. Entre os entrevistados, 10,79% apontaram esse problema.
Já o descontrole de gasto, ou seja, aqueles que gastam mais do que podem pagar, foi apontado por 12,52% dos entrevistados.
Causa constante
A pesquisa anterior foi realizada pela ACSP em setembro do ano passado. Nessa pesquisa foram entrevistados 8.866 inadimplentes.
Os resultados obtidos na pesquisa passada estão próximos dos registrados em março deste ano.
As respostas conjuntas -que apontavam mais de uma causa- também ficaram em torno de 60%, segundo o presidente da ACSP.
"Isso demonstra que o problema do desemprego ainda é grave em São Paulo", afirma Aliprandi.
A ACSP afirma atender de 15 mil a 20 mil pessoas por mês com dúvidas ou problemas no pagamento de prestações. A pesquisa foi realizada entre os consumidores com registro negativo no SCPC e no Telecheque.
(CP)

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