São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997
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Anticlímax

THALES DE MENEZES

O espanhol Sergi Bruguera cumpre no tênis o papel que o Guarani desempenha no futebol paulista. O time de Campinas muitas vezes vai bem no campeonato, a ponto de tirar das finais um dos grandes -Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos-, mas, na hora agá, perde feio na decisão.
Todo o público que acompanhou o desenrolar do Lipton International, na semana passada, torcia por uma final reunindo o local Pete Sampras e o austríaco Thomas Muster.
Primeiro, porque eram os dois que estavam mostrando o melhor tênis no torneio. Segundo, porque Sampras é o ídolo local. Terceiro, uma razão sentimental, já que Muster foi atropelado por um motorista bêbado na véspera da final desse mesmo torneio em 1989, levando meses para retornar às quadras.
Aí apareceu Bruguera, que já tinha eliminado um favorito, Michael Chang, e resolveu jogar uma barbaridade na semifinal diante de Sampras.
Depois de eliminar os dois norte-americanos mais queridos pelo público, Bruguera tinha muita responsabilidade na final. E decepcionou muito. Não foi capaz de oferecer resistência a Muster. Mesmo sem jogar em seu piso favorito, o austríaco ganhou o jogo decisivo com um pé nas costas.
Para completar o encerramento "morno" do Lipton, a final feminina também não justificou o ingresso pago pelos torcedores na quadra principal.
Martina Hingis contra Monica Seles parecia um confronto entre mãe e filha. Seles simplesmente não podia acompanhar o ritmo de Hingis.
A bonequinha suíça, eterno xodó desta coluna, sem suar, nem chegou a borrar a maquiagem. Do outro lado da quadra, Seles bufava sem parar, buscando um ar que não vinha.
O Lipton continua sendo um torneio magnífico, mas nenhuma dessas raquíticas finais vai entrar para a história.
Melhor sorte no ano que vem.

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