São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997
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Netanyahu estuda união com trabalhistas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu admitiu ontem que está considerando a criação de um governo de unidade nacional em Israel como forma de contornar a crise no Oriente Médio.
A união com a oposição trabalhista aconteceria junto com as negociações com os árabes sobre o status final da Autoridade Palestina. "Queremos estudar a formação de uma plataforma ampla para as negociações com os palestinos", disse o primeiro-ministro de direita à Rádio do Exército.
"A questão", disse ele, "é saber se um governo de união nacional poderia ajudar a conseguir esse objetivo ou se, ao contrário, seria um obstáculo", disse Netanyahu -isto é, ele teme a existência de "dois governos".
O primeiro-ministro se manteve duro quanto às perspectivas da negociação: "O lado árabe precisa perceber que Israel não vai desistir de suas reivindicações".
Se formasse uma coalizão com os trabalhistas, Netanyahu teria uma maioria de 66 deputados entre os 120 que formam o Knesset (Parlamento). É o mesmo número que ele dispõe hoje, mas o governo teria uma composição menos fragmentada. Hoje, o partido Likud precisa do apoio de outros cinco partidos, de direita e religiosos judaicos, para governar.
O último governo de unidade em Israel começou em 1988. Durou dois anos, até que diferenças em relação ao processo de paz afastaram trabalhistas do Likud.
A criação de uma nova coalizão vem sendo sugerida pela imprensa israelense desde que o processo de paz entrou em perigo, há algumas semanas, lançando Israel em um período de isolamento internacional.
Mesmo os EUA, principal aliado internacional de Israel, estão pressionando o país a buscar uma solução para a crise advinda da construção de um novo assentamento em Jerusalém oriental.
O presidente Bill Clinton recebeu ontem o rei Hussein, da Jordânia, na Casa Branca. O rei é o aliado mais próximo de Israel no Oriente Médio, mas também tem feito críticas à política de Netanyahu.
Clinton esteve durante parte do dia com seu negociador para o Oriente Médio, Dennis Ross, que passou parte da semana passada entre Marrocos, onde encontrou Arafat, e Israel, onde foi recebido por Netanyahu.
Após os encontros de ontem, o presidente disse que já tem "algumas idéias" para patrocinar a retomada do processo de paz. Mas não deu detalhes: "Quanto menos se diga, mais possibilidades de sucesso nós temos".

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