São Paulo, quinta-feira, 3 de abril de 1997
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Bradesco poderá participar de leilão

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O Bradesco poderá participar do leilão de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, mesmo tendo atuado no processo de avaliação da estatal.
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luiz Carlos Mendonça de Barros, disse que o banco poderá participar como financiador de um dos compradores ou administrando um fundo de investimentos.
O BNDES é o gestor do programa de privatizações do governo federal. Pelas normas da privatização da Vale, nenhuma empresa que tenha atuado na avaliação e na modelagem de venda da estatal poderá participar do leilão, diretamente ou por meio de subsidiária.
O Bradesco se enquadra nessa proibição por ter assessorado a consultora Merrill Lynch na avaliação da Vale, mas busca uma fórmula para participar do leilão.
Para o presidente do BNDES, a participação como financiador ou como administrador de um fundo pode ser a solução.
No caso de a opção de entrar como financiador, por exemplo, da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Mendonça de Barros disse que o Bradesco é um banco comercial, que empresta dinheiro, e que não vê problema de o banco atuar dessa forma. "O que está impedida é a participação com capital de risco", disse Mendonça.
Segundo ele, a participação por meio de um fundo de investimentos também é possível. "Não posso proibir que ele participe em nome de terceiros."
Nesse caso, segundo Mendonça de Barros, o que o Bradesco não poderá fazer é comprar ações da Vale para sua própria carteira.
Isso, segundo ele, seria cuidadosamente fiscalizado para que não ocorresse, na hipótese de o Bradesco realmente utilizar essa via para entrar no leilão.
Consórcios
O vice-presidente do BNDES e diretor do banco para a área de desestatização disse que está amadurecendo a possibilidade de dois consórcios disputarem a Vale.
Ele considera difícil que o número de concorrentes chegue a três. Para Pio Borges, CSN e Votorantim devem liderar os consórcios.
Segundo ele, o primeiro tem como prováveis integrantes a associação Mitsui (Japão)-Caemi (Brasil), os grupos nacionais Camargo Corrêa e Suzano, o fundo de ações do Nations Bank, o Fundo Soros (EUA) e o banco de investimentos Opportunity (Brasil).
O Votorantim teria como sócios a Anglo American (África do Sul), a Nippon Steel (Japão) e fundos de pensão nacionais. Esses fundos já possuem 15% das ações ordinárias (com direito a voto) da Vale.

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