São Paulo, quinta-feira, 3 de abril de 1997 |
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Eucatex define emissão de R$ 170 mi em debêntures
FREDERICO VASCONCELOS
Pela primeira vez, a empresa controlada pelo ex-prefeito Paulo Maluf abre a perspectiva de maior participação de investidores no capital, com a eventual conversão desses títulos de renda fixa em ações com direito a voto. A emissão está sendo coordenada pelo banco Bozano, Simonsen e conta com a assistência do escritório de Ary Oswaldo Mattos Filho (ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários), que cuida da revisão dos estatutos da empresa. Um grupo de investidores institucionais já manifestou interesse em subscrever R$ 80 milhões, numa primeira fase. A emissão deverá ser feita em etapas. Apesar de haver encerrado o exercício de 1996 com prejuízo líquido de R$ 38,6 milhões -e de carregar uma dívida de R$ 208 milhões- a Eucatex informa que o objetivo da emissão não é apenas substituir ou alongar essa dívida. Na visão da empresa, a emissão "é a iniciação do debenturista no caminho do acionista", diz Oswaldo Campiglia, diretor de relações com o mercado. Pelos cálculos da Eucatex, se todos os subscritores vierem a converter as debêntures em ações, os novos investidores poderiam chegar a deter em torno de 47% das ações ordinárias. Ou seja, não haveria perda de controle do capital pela família Maluf. Emissão pública O comando da Eucatex sempre esteve nas mãos dos Maluf (apenas algo em torno de 1% ou 2% do capital estava distribuído entre os funcionários). No final do ano passado, uma permuta de ações e de bens transferiu o controle do grupo, de Roberto Maluf para o irmão (Paulo) e os sobrinhos (Flávio e Otávio, filhos do ex-prefeito). O acordo pôs fim a uma longa disputa familiar. A emissão será pública e permitirá a conversão de ações na mesma proporção (ou seja, não haverá o direito de preferência). O papel terá renda variável (percentual do lucro do exercício anual), atualizada pelo IGP-M e renda fixa (ainda não definida). "Como a renda variável será definida em função do resultado da empresa, depois do lucro, não haverá sobrecarga no resultado do exercício", diz Campiglia. Os investidores terão o direito de aquisição obrigatória (a emissora fica obrigada a recomprar as debêntures a partir do quarto ano). A emissora terá aquisição facultativa, podendo fazer resgate antecipado e parcial. Texto Anterior: Governo lançará financiamento Próximo Texto: Coca-Cola lança versão light de refrigerante Índice |
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