São Paulo, quinta-feira, 3 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pouca gordura pode reduzir câncer de mama

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma dieta com pouca gordura e rica em carboidratos pode diminuir o risco do câncer de mama, revela um estudo publicado ontem na revista do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos.
Pesquisadores do Instituto do Câncer de Ontário e do hospital Princess Margaret de Toronto (ambos no Canadá) examinaram 817 mulheres entre 30 e 65 anos durante dois anos e chegaram à conclusão que uma dieta apropriada para evitar a doença inclui apenas 15% de gorduras (o que implica evitar carne e frango, por exemplo) e 65% de carboidratos (ou seja, cereais, frutas e legumes).
A pesquisa se baseou no fato de que a chamada "densidade do seio" (relação entre a quantidade de gordura e a quantidade de tecido fibroso na mama) é o segundo principal fator de desenvolvimento desse tipo de câncer -perde apenas para mutações genéticas.
Mulheres nas quais essa "densidade" é maior têm até seis vezes mais chances de desenvolver o câncer. O que a dieta faz é reduzir a "densidade do seio".
Os cientistas notaram ainda que o câncer de mama é mais raro em países onde os hábitos alimentares incluem pouca gordura, mas não se arriscam a dizer que é a própria gordura que causa o câncer.
Mas uma outra pesquisa, de cientistas da Califórnia (Costa Oeste dos EUA), diz que alguns tipos de gordura são mais propícias para o desenvolvimento do câncer de mama do que outras.
A equipe do pesquisador John Glaspy submeteu mulheres a uma dieta com poucas gorduras e percebeu que as células da mama das voluntárias passaram a conter menos óleos Ômega 6 (teoricamente mais propício ao câncer) e mais Ômega 3 (um tipo mais saudável).
Enzimas
Em uma outra pesquisa, cientistas norte-americanos conseguiram relacionar o nível de uma enzima com o câncer de mama. A descoberta pode favorecer o diagnóstico precoce e melhor tratamento da doença.
A equipe da Universidade de Nova York em Stony Brook divulgou a descoberta na edição do "The Journal of Clinical Investigation" que começou a circular ontem.
A enzima, chamada MAP kinase, favorece a divisão das células e aparece em quantidades entre 5 e 20 vezes maiores nas células das mulheres que têm câncer.
Segundo os pesquisadores, em pouco tempo testes para determinar a quantidade da enzima podem se tornar mais eficientes que as mamografias no diagnóstico.
O câncer de mama é a principal causa de mortalidade entre mulheres com mais de 50 anos no Ocidente -uma mulher a cada nove desenvolve a doença.

Texto Anterior: Iêmen decide crucificar homem que matou seis; Grupo do Zaire se nega a negociar com premiê; Áustria julga mãe adotiva por torturas; Polícia acha armas da seita suicida nos EUA; Polícia vai à residência da princesa Diana
Próximo Texto: Hubble fotografa fonte de raios gama
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.