São Paulo, quinta-feira, 3 de abril de 1997 |
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AUXÍLIO DEMOCRÁTICO A CPI dos Precatórios aprovou a convocação de representantes de grandes bancos para que auxiliem os senadores a esclarecer como se deram as irregularidades nas operações com títulos públicos. Não há motivo para não apoiar tal convocação. Afinal, o que se quer é a colaboração democrática desses profissionais, que detêm profundos conhecimentos sobre o mercado financeiro. Ninguém está sendo colocado no banco dos réus. Um exemplo desse valioso auxílio pode ser medido pela declaração do vice-presidente de um grande banco, o qual disse em entrevista à Folha que havia "vícios de origem" nas emissões de títulos em São Paulo. O relator da CPI, senador Roberto Requião (PMDB-PR), e o presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), manifestaram discordância sobre quem, nos bancos, deveria ser chamado pela CPI. Requião defende que sejam os presidentes; já ACM defenderia a presença de diretores. A polêmica, assim colocada, não vem ao caso. O critério deve ser técnico. Que sejam chamadas as pessoas consideradas as mais habilitadas a esclarecer os pontos das operações sobre os quais ainda pairam incertezas e interrogações. O alarido que se vinha fazendo em torno da convocação dos bancos já levou ACM a alertar para o risco do sensacionalismo, que ameaçaria a credibilidade da CPI. É preciso levar isso em conta, já que o recolhimento de provas ao arrepio das normas legais pode fazer com que, no futuro, a Justiça não tenha meios de condenar eventuais culpados. Não se pode tolerar que a CPI degenere numa autêntica "fogueira das vaidades" e deixe que interesses políticos se sobreponham ao objetivo final, que é apurar a verdade. CPI não é palanque político. Evitar o sensacionalismo, respeitar a ordem jurídica, agir ao mesmo tempo com firmeza, isenção e serenidade -eis o que a opinião pública espera dos senadores. Texto Anterior: LÍNGUA SOLTA Próximo Texto: OS SUBSÍDIOS DOS FALIDOS Índice |
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