São Paulo, sábado, 5 de abril de 1997 |
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Cheque pode ligar Perfil a empreiteira FERNANDO GODINHO FERNANDO GODINHO; LUCIO VAZ
A Perfil foi utilizada por Wagner Baptista Ramos, ex-coordenador da Dívida Pública do município de São Paulo, para receber comissões pagas pelo Banco Vetor. Ramos e sua equipe de funcionários da prefeitura preparam para o Vetor as operações de lançamento dos títulos de Santa Catarina e Pernambuco. Ele recebeu cerca de R$ 1,3 milhão em comissões. Pelos lançamentos, o Vetor recebeu cerca de R$ 55 milhões. A Perfil recebeu do Vetor R$ 36 milhões, que foram repassados a diversas pessoas físicas e jurídicas. Em depoimentos à CPI, os controladores da Perfil disseram que Ramos determinou o nome dos beneficiados pelos cheques. O relator da CPI, senador Roberto Requião (PMDB-PR), defende que as investigações da CPI sejam direcionadas para a relação entre a emissão de títulos para a quitação de precatórios e o pagamento de dívidas de empreiteiras. Essa conexão ainda não foi totalmente definida, mas a CPI tem indícios que apontam nessa direção. O secretário de Fazenda de Pernambuco, Eduardo Campos, depôs na CPI e confirmou que os recursos arrecadados pelo Estado com a emissão de títulos foram utilizados para pagar empreiteiras. O ex-secretário da Fazenda de Alagoas José Pereira de Sousa também confirmou o desvio de recursos para pagar empreiteiras. O cheque da Perfil depositado na conta da Serveng é do Banco Dimensão, o mesmo usado pela IBF para movimentar R$ 123 milhões de lucros obtidos em operações irregulares com títulos públicos. A IBF é um "laranja" que atuou em nome da corretora Split, segundo as investigações da CPI. A Folha ligou para a empreiteira Serveng às 17h30. O diretor financeiro, que poderia falar sobre o cheque, já havia saído. Texto Anterior: Relator quer demissões Próximo Texto: DF recebeu proposta para emitir títulos Índice |
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