São Paulo, sábado, 5 de abril de 1997![]() |
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Temer barra Motta no comando político
MARTA SALOMON
Trata-se de uma resposta de Temer ao que considerou um comportamento "inconveniente" do ministro. Na noite da véspera, ao final da fracassada sessão dedicada à votação da reforma administrativa na Câmara, Motta telefonou para reclamar, aos gritos, da atuação da bancada peemedebista. Primeiro, Temer bateu o telefone. Depois, ligou para o presidente Fernando Henrique Cardoso. Até ontem, FHC não havia tomado nenhuma atitude contra o amigo-ministro, embora não endossasse publicamente as críticas de Motta. "A partir de agora, não se trata mais de articulação política com Sérgio Motta", informou ontem o líder do PMDB, deputado Geddel Vieira Lima (BA), em nome do presidente da Câmara. "O ministro continua como interlocutor para assuntos da área do Ministério das Comunicações", completou Geddel. Segundo o líder peemedebista, Temer ainda aguardava um pedido de desculpas formal de Motta. Desde que assumiu a presidência da Câmara, em fevereiro, Temer passou a ser o anfitrião das reuniões do comando político -grupo que inclui os líderes governistas e os ministros Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) e Motta. "A presença de Motta nas reuniões era uma concessão de Temer", disse Geddel. O grupo foi formalizado durante as negociações do projeto que permite a FHC disputar um segundo mandato em 1998. Desde novembro do ano passado, o ministro das Comunicações tem tido participação formal na definição da estratégia do governo no Congresso. A participação de Motta também foi decisiva na própria eleição de Temer -que o PMDB queria garantir em troca do apoio à reeleição de Fernando Henrique. O ministro não quis comentar, por meio de sua assessoria de imprensa, a decisão de Temer. Interlocutores de FHC disseram que "está tudo bem" com o ministro. Ontem, Motta teve uma participação "muito ativa" na reunião ministerial (leia texto abaixo). O presidente não tomou a iniciativa de comentar as últimas declarações de seu ministro, que, além do PMDB, criou caso com o governador Mário Covas (SP) -ao comentar a ação da PM paulista em Diadema- e com a CNBB -ao afirmar que a entidade é contra a privatização da Vale por receber contribuições da estatal. Texto Anterior: Solano foi sócio de filho de executivo do Bradesco Próximo Texto: Casamento festeja ministeriáveis Índice |
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