São Paulo, sábado, 5 de abril de 1997
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PMs detidos na quinta são soltos na sexta

CRISPIM ALVES; MARCELO GODOY

CRISPIM ALVES
da Reportagem Local
A Corregedoria da Polícia Militar liberou ontem 10 dos 12 policiais de Diadema (Grande São Paulo) do 1ª Companhia do 24º Batalhão que foram encaminhados anteontem para prestar esclarecimentos sobre acusações de violência.
Dois dos suspeitos ficaram pouco tempo detidos para averiguações. Segundo o tenente-coronel Elzio Nagali, a corregedoria admitiu tê-los confundido com policiais acusados de violência.
Os nomes dos inocentes eram semelhantes aos dos suspeitos. A PM não divulgou quem eram os policiais inocentes.
Os outros oito policiais permaneceram detidos para averiguações por quase 24 horas. A PM nega que eles tenham sido presos e afirma que ficaram um dia inteiro depondo na corregedoria.
Segundo Nagali, a corregedoria informou que não foi encontrado nada que comprovasse a participação desses policiais em espancamentos ocorridos em Diadema.
Anteontem, policiais da corregedoria e o advogado Carlos Humberto Barrense Lima, que defendia alguns dos acusados, afirmaram que os 12 estavam com a prisão administrativa decretada. A informação era repassada para familiares que foram visitar os PMs na corregedoria.
De acordo com Nagali, ficarão presos administrativamente por quatro dias úteis o cabo Israel dos Santos e o soldado Wagner Pereira, o "Mancha".
Os libertados
Entre os libertados pela corregedoria estão todos os policiais acusados de participar do espancamento do padeiro Daniel Sales de Lima, 18. O fato teria acontecido em 8 de novembro de 1996, no Jardim Campanário, em Diadema.
Segundo Lima, ele denunciou os PMs porque teria sido extorquido em R$ 50 em setembro de 1996 quando teria sido pego em uma blitz dirigindo sem carteira.
Na sua versão, além dele, seus familiares e amigos também teriam sido espancados pelos policiais. Todos foram acusados de resistência e desacato à autoridade pelos PMs.
Foi aberto inquérito sobre o caso. Em 17 de janeiro, o tenente Marco Antônio Carvalho concluiu a apuração dizendo que havia indícios de crime militar. O relatório do tenente foi refeito por outro oficial: o tenente Aparecido Gomes Barros. Em 12 de março, ele decidiu que não havia indícios de crime cometido pelos PMs.

Colaborou Marcelo Godoy, da Reportagem Local

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