São Paulo, sábado, 5 de abril de 1997![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Adolescente diz que viu dois assassinatos
FREE-LANCE PARA A FOLHA Policiais militares do Rio estão sendo acusados de terem assassinado dois jovens na madrugada da última terça-feira, em Santa Cruz (zona oeste).O crime teria sido presenciado por um amigo das vítimas, que está escondido, temendo represálias. Paulo Eduardo da Silva Moraes, 16, Sandro Vieira Silva, 24, e um terceiro jovem conhecido como Márcio, estariam caminhando pela rua Cesário de Melo, em Santa Cruz, quando foram parados por duas viaturas policiais. Segundo relatos de Moraes, os três foram obrigados a entrar no carro policial. Depois de percorrer ruas do bairro, os policiais teriam mandado os três descerem e começaram a atirar. Moraes teria conseguido correr, fugindo dos tiros. A mãe de Sandro, Rosemar Vieira da Silva, 41, prestou queixa na delegacia local e apresentou a versão de Moraes, que não se apresentou à polícia, temendo ser morto pelos policiais que supostamente assassinaram seus amigos. Quando foram abordados pelos policiais, segundo Moraes, os três retornavam de uma festa. Segundo o delegado Eli Alves Andrade, que investiga as acusações, não foram encontrados os corpos das vítimas, mas apurações no local indicado por Moraes detectaram grande quantidade de sangue e tufos de cabelo. A mãe de Sandro afirmou que alguns dos fios de cabelo encontrados seriam de seu filho. O delegado Eli Andrade afirmou que um telefonema anônimo teria informado o destino dos dois corpos. "Um carro marca Passat vermelho teria passado logo após o crime e recolhido os corpos. Mas não há informações de placas e nem nomes de policiais", disse o delegado. "Vamos pegar o depoimento do menor sobrevivente para tentar colher novos dados e mandar o material colhido para exame pericial", disse. O comandante do 27º Batalhão da Polícia Militar, Vinícius Cavaliere, disse que soube do fato somente pela imprensa. O batalhão é o responsável pelo policiamento da área de Santa Cruz. Cavaliere afirmou que colocou todo seu batalhão à disposição da Polícia Civil para investigações. Texto Anterior: Após exageros, vêm sempre mudanças Próximo Texto: Comando faz mea-culpa e promete mudança Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |